O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) divulgou nesta sexta-feira (06), os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Os números indicam que, em outubro, os preços do conjunto de alimentos básicos, necessários para as refeições de uma pessoa adulta (conforme Decreto-lei 399/1938) durante um mês, aumentaram em 15 das 17 capitais pesquisadas, e Belo Horizonte está entre elas. Apenas em Salvador (-1,05%) e Curitiba (-0,60%), o custo da cesta básica diminuiu.
Em BH, a cesta custou R$ 516,82, com alta de 5,13% na comparação com setembro. No ano, o preço do conjunto de alimentos subiu 16,16% e, em 12 meses, 31,89%. O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em outubro, foi de 108 horas e 48 minutos.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (alterado para 7,5% a partir de março de 2020, com a Reforma da Previdência), verifica-se que o trabalhador mineiro remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, na média, 53,47% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.
Produtos
De acordo com a pesquisa, os produtos com alta de preço médio em outubro foram: batata (28,32%), tomate (23,35%), óleo de soja (18,66%), arroz agulhinha (8,20%), feijão carioquinha (6,75%), banana (6,54%), café em pó (4,71%), açúcar (3,41%), carne bovina de primeira (2,08%) e manteiga (0,48%).
Já o leite integral foi o único item com preço estável entre setembro e outubro. Farinha de trigo (-1,09%) e pão de sal (-0,71%) apresentaram redução de preço médio em outubro.
Principais variações no país
O valor do óleo de soja apresentou aumento nas 17 capitais, com destaque para Brasília (47,82%), João Pessoa (21,45%), Campo Grande (20,75%) e Porto Alegre (20,22%). O alto volume de exportação, a baixa oferta interna devido à entressafra e a elevação do preço do grão no mercado internacional explicam o contínuo aumento de valor do produto nas prateleiras dos mercados.
O preço médio do arroz agulhinha também registrou alta em todas as capitais, com variações entre 0,39%, em Aracaju, e 37,05%, em Brasília. O aumento do preço do grão é explicado por uma maior demanda de parte das indústrias dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, ao aumento das cotações no mercado internacional e às exportações do grão. Mesmo que haja maior oferta, propiciada pelas importações, o câmbio desvalorizado deve manter elevado o valor do arroz comercializado.
Em 16 capitais, o preço médio da carne bovina de primeira registrou alta: variou de 0,50%, em Curitiba, a 11,50%, em Brasília. A queda foi registrada em Florianópolis (-10,84%). A baixa disponibilidade de animais para abate no campo e a demanda externa elevada resultaram em aumentos de preço.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.