O volume de vendas nos supermercados do Estado do Rio cresceu 3,98% no acumulado de janeiro a outubro, ante igual período de 2020, informou nesta terça-feira a Asserj, associação do setor supermercadista fluminense. Para dezembro, a entidade projeta um aumento de vendas de 5,0%, em volume, ante dezembro de 2019. Para 2021, o otimismo se traduz numa projeção de novo crescimento, de 4,5%, ante 2020.
Segundo o presidente da Asserj, Fábio Queiróz, a continuação dos hábitos de consumo de alimentos para preparo em casa, a normalização das atividades, seja com a chegada de uma vacina contra a covid-19, seja com uma segunda onda de contágio mais fraca, e uma estabilização na inflação de alimentos estão por trás da projeção de alta para 2021. Além disso, a Asserj mapeou decisões de investimento na abertura de 30 unidades de supermercados no Estado do Rio no próximo ano.
"A confiança do empresário está em alta", afirmou Queiróz, em entrevista coletiva por videoconferência, encerrada nesta terça.
Para as festas de fim de ano, a Asserj estima que os supermercados do Rio abrirão 8 mil vagas de trabalho temporário. Queiróz reconheceu que a alta do dólar em relação ao ano passado deverá impactar as vendas, mas o efeito deverá se restringir a uma maior substituição de produtos importados por nacionais.
O presidente da Asserj tampouco vê a alta do dólar como uma ameaça para o cenário de 2021. Na visão de Queiróz, a maior parte da pressão inflacionária dos alimentos já foi e não está no radar uma nova rodada de desvalorização cambial.
"A inflação de alimentos já está em patamar elevado, então vemos uma estabilização. Não vemos mais os preços galopando", afirmou Queiróz.
A alta de vendas no acumulado de janeiro a outubro foi impulsionada pelo isolamento social, que fez o consumidor ficar mais em casa e, portanto, consumir mais alimentos nos supermercados, e o pagamento do auxílio emergencial pelo governo federal, direcionado prioritariamente para gastos com alimentação, disse o executivo.
Mesmo assim, o presidente da Asserj não teme que a retirada do auxílio, a partir de janeiro de 2021, reduza a renda das famílias a ponto de frear as vendas. A aposta é que o hábito de preparar comida em casa, mesmo com o relaxamento do distanciamento social, continuará em 2021. Assim, parte dos consumidores tenderá a substituir o gasto em restaurantes pelas compras nos supermercados.
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