O apagão dos preços conhecido como o dia da Black Friday começou agitado no Centro de Belo Horizonte. Mesmo com as lojas abrindo somente às 10h, muitos clientes já formavam filas por volta das 8h. Em busca de promoção e melhores preços, teve até quem chegou antes do sol nascer, às 5h.
Na Rua Carijós, no Centro de BH, o sucesso é com o comércio de eletrônicos e também perfumaria.
Na Lojas Americanas, a fila já virava o quarteirão por volta das 9h e precisou de orientação do setor de fiscalização da prefeitura, que orientou os comerciantes a manterem o distanciamento entre eles para evitar aglomerações.
Marinalva Martins Soares, de 22 anos, foi uma das primeiras a chegar à loja, acompanhada da mãe e das duas irmãs. Elas estão à procura de uma fritadeira elétrica. "Nós chegamos às 5h20 e já tinha gente na fila, mas muitos foram embora", conta. Segundo ela, já virou tradição familiar chegar cedo nesta data.
Depois de aberta, as Lojas Americanas lotaram de clientes que não paravam de entrar. Muitos encheram as cestas de chocolates mas não saíam com muitas sacolas. “Está muito fraca, não vi muita coisa na promoção”, reclama Patricia Oliveira, de 24, técnica de enfermagem, que queixa ainda da bagunça no passeio. “Teve aglomeração na fila porque não foi organizado da maneira correta, mas pelo menos lá dentro estava tranquilo”, disse.
Na porta da Lojas Rede, famosa no segmento de perfumaria e beleza, a fila também era extensa pela Rua Carijós. A cliente Sinaia Alves, de 40, chegou às 7h para garantir produtos baratos que podem prometer um alívio em pelo menos dois meses sem compras. “Tinta para cabelo, sabonete, shampoo. Vamos fazer a festa”, disse, animada.
Ela conta que o segredo de não passar raiva na Black Friday é olhar os preços com antecedência. “Eu faço isso todos os anos e vale a pena a espera na fila para esse tipo de produto, agora os outros, como o pessoal está acostumado a comprar eletrodoméstico, essas coisas, eu prefiro comprar com mais tranquilidade”, revela.
Na casa dos eletrodomésticos, a moda é a fritadeira elétrica. Mas, para a dona de casa Diana Amarante, de 65, a sexta-feira não foi muito atrativa. “Que black friday é essa?”, ela indaga. “Está o mesmo preço de antes”, completa. A aposentada conseguiu fazer a compra na fila do Magazine Luiza, na Rua Curitiba.
Isso porque os vendedores faziam a venda do lado de fora com auxílio de portáteis eletrônicos. Dessa forma, o cliente nem precisava entrar no comércio. “Isso ajuda demais a não aglomerar aqui na fila e lá dentro também, né?”, comentou Diana, preocupada com a pandemia do novo coronavírus.
A unidade da Loja do Barbeiro na Rua São Paulo não teve muito movimento na parte da manhã. A cabeleireira Shirley Mendes de Almeida, de 34, resumiu as compras do salão de beleza em uma sacola. “Não comprei tudo que eu queria. Já tiveram anos melhores. No ano passado mesmo tinha muita coisa que valia a pena o desconto. Esse ano foi bem mais fraco”, afirma.
Domingo vai abrir
Na última quarta-feira (25) o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou a autorização para a abertura do comércio da capital em três domingos que antecedem o Natal no contexto da pandemia da COVID-19 para pulverizar os clientes.
Os estabelecimentos poderão abrir já em 29 de novembro, neste fim de semana da Black Friday, e depois nos domingos 13 e 20 de dezembro. As seguintes atividades estão autorizadas a funcionar nos três domingos:
- Comércio varejista
- Comércio atacadista
- Atividades comerciais em funcionamento no interior de galerias de lojas e centros de comércio
- Atividades comerciais em funcionamento no interior de shopping centers
- Serviços de alimentação, para consumo no local: restaurantes, lanchonetes, cantinas, sorveterias, bares e similares no interior de galerias de lojas, centros de comércio e shopping centers
Ainda de acordo com o decreto, os estabelecimentos deverão respeitar a faixa de horário prevista para os sábados, conforme o no Anexo II do Decreto nº 17.361, de maio deste ano.