A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) acompanha de perto a movimentação do comércio nesta sexta. Marcelo Souza e Silva, presidente da entidade, destaca que é cedo pra ter uma posição consolidada, mas acredita que os resultados da campanha em BH ficarão dentro das expectativas, a despeito das notícias recentes de aumento de casos de coronavírus, que podem espantar os clientes. Entretanto, o dirigente relata que visitou vários centros comerciais da capital no decorrer do dia e observou que tanto o consumidor quanto o comerciante conseguiram se adaptar às imposições da pandemia.
“Nós vimos um grande número de comerciantes distribuindo álcool em gel, medindo a temperatura e controlando o distanciamento nas filas. Observamos que as filas estavam organizadas, com as pessoas de máscaras, sem tumulto e sem aquela confusão, que é a imagem que temos da Black Friday. Com certeza as pessoas conseguiram comprar os seus produtos com segurança e o lojista, observando as recomendações sanitárias, conseguiu vender parte do seu estoque. A nossa preocupação neste ano era com a COVID e com as vendas. E, nesse ponto, pelo que vimos até o momento, está dentro das nossas expectativas”, afirma.
Souza e Silva alega que a decisão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) de permitir a abertura do comércio no domingo (29/11) vai acarretar a prorrogação da campanha e trazer aqueles clientes que fogem do movimento intenso dos primeiros dias da ação. Ele lembra também que a CDL incentivou a antecipação das promoções para garantir a participação dos consumidores que ainda estão temerosos de sair de casa, o que se mostrou atraente, segundo apuração informal da entidade com associados.
Crescimento
Pedro Rocha, gerente de Marketing do Via Shopping Barreiro, revela que o centro comercial espera um aumento de 20% nas vendas e afirma que o fluxo de pessoas sinaliza para confirmar a expectativa. Rocha ressalta que uma leitura positiva da Black Friday deste ano não deve ser feita em comparação à campanha de 2019, que foi histórica em crescimento de vendas e não deve se repetir em 2020, mas levando em consideração o quadro de pandemia e crise financeira que o país enfrenta. "Prevemos 4% a menos nas vendas em relação à Black Friday passada, mas ainda assim é um número interessante, porque a queda poderia ser muito maior em virtude do cenário", expõe Rocha.
Na rede de supermecados Super Nosso, a ação promocional ocorre entre sexta (27) e domingo (29) e a administração já registra um aumento de 30% no ticket médio nas compras em relação ao ano passado, embora com uma movimentação nas lojas físicas aparentemente menor. Por meio de sua assessoria de imprensa, a rede destaca que prevê um crescimento de 250% no comércio eletrônico nesta Black Friday e que as transações desta sexta já apontam para a superação da meta.
O Minas Shopping também estendeu as promoções da Black Friday para até 29 de novembro, para permitir aos clientes mais tempo para aproveitar as ofertas com segurança. O centro comercial declara que adota um controle rigoroso do fluxo e, para o período do evento, reforçou a segurança para oferecer comodidade aos clientes.
“Os resultados já têm sido muito positivos e temos observado que as lojas estão praticando preços muito atrativos. Apesar de todos os desafios que enfrentamos ao longo desse ano, esse é um período de oportunidades e nossas expectativas, sem dúvida, estão sendo superadas”, afirma Ana Paula Alkimim, gerente de Marketing do shopping.
A Black Friday é uma ação comercial que prevê descontos exclusivos para o consumo na data. O evento teve origem nos Estados Unidos e hoje é adotada em vários países do mundo, como o Brasil. Em 2019, o evento movimentou R$ 6 bilhões no mercado nacional, uma alta de 36% em relação a 2018, segundo levantamento da empresa Compre&Confie.
*estagiário sob supervisão do subeditor João Renato Faria