A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) recebeu com cautela o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre. Segundo a associação, apesar do crescimento expressivo de 7,7% no trimestre, o número veio abaixo das expectativas de mercado de 9%. A associação explicou que mesmo esta sendo a maior variação desde o início da série em 1996, o resultado ainda é insuficiente para recuperar perdas provocadas pela pandemia de covid-19.
Segundo Igor Rocha, diretor de Planejamento e Economia da Abdib, os destaques do trimestre foram o crescimento nas indústrias de transformação (23,7%) e o comércio (15,9%). "A ideia de recuperação ainda não parece ser perene. Quando comparamos com o 3º trimestre do ano anterior, o PIB apresenta uma queda de -3,9%", disse Rocha.
Pelos componentes da demanda, nesta mesma base, o especialista destacou a forte queda da formação bruta de -7,8%; queda das despesas das famílias de -6,0%; e redução de -5,3% das despesas do governo.
"Embora expressivo, o crescimento no resultado do PIB no 3º trimestre, quando comparamos os indicadores com o mesmo período do ano passado, a recuperação ainda não parece ser perene e/ou na magnitude que o país precisa para voltar a crescer de forma sustentável, gerar empregos e renda", disse o diretor da Abdib.
Segundo Rocha, a economia brasileira já vinha de um patamar de baixo crescimento no ano anterior e uma mudança substancial neste nível ainda não se concretizou. Projeções da Abdib até o momento indicam 2020 com queda de 5,3% e 2021 com crescimento de 2,8%.
"Cabe notar a recuperação da economia brasileira ainda está longe de ser relevante e sustentável, dado a base comprimida que temos apresentado no PIB nos últimos 5 anos", disse a associação.
ECONOMIA