A Caixa decidiu reabrir o prazo para adesão de empregados ao Plano de Demissões Voluntárias (PDV). Até o dia 20 de novembro, quando se encerrava o período para adesões, 2,3 mil empregados haviam aceitado a proposta. Agora, os funcionários terão até 11 de dezembro para declarar se aceitam as condições para deixar o banco.
A Caixa informa que a reabertura do prazo se deve a "pleito dos próprios funcionários da empresa que possuem os requisitos e necessitam de mais tempo para tomada de decisão". Mas a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) afirma que os bancários têm denunciado pressão por parte das chefias para aderir ao PDV
A Fenae estima que 7,2 mil empregados se encaixam no perfil do plano. Isso significa que 32% deles aceitaram as condições propostas. O público-alvo do PDV da Caixa são os empregados mais velhos.
Pelas regras que entraram em vigor após a sanção da reforma da Previdência, todos os empregados de estatais que se aposentaram depois de 13 de novembro de 2019 poderão ser desligados, sem pagamento de multa de FGTS. Ainda segundo a reforma, funcionários com 75 anos ou mais serão aposentados de forma compulsória.
Para os que têm direito, mas ainda não se aposentaram, a recomendação da Fenae é aderir e só então solicitar a aposentadoria pelo INSS. Já os empregados que se aposentaram antes da reforma da Previdência têm direito adquirido e podem continuar no banco.
As regras do PDV permanecem as mesmas das divulgadas em novembro. Quem aderir terá incentivo financeiro equivalente a 9,5 remunerações-base, limitado a R$ 470 mil, sem desconto de Imposto de Renda. Todos poderão manter o plano Saúde Caixa. Os desligamentos deverão ocorrer até 31 de dezembro.
A Fenae afirma que a Caixa está com déficit de quase 20 mil bancários. Em 2014, o banco tinha 101,5 mil trabalhadores, e até o fechamento do primeiro PDV, 84,2 mil. "O que estamos vendo é o total desmonte do banco público", disse o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
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