Os queijos produzidos na região da Serra de Ibitipoca receberam o reconhecimento da produção do queijo minas artesanal, por meio de portaria (2.016/20) publicada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Essa é a oitava região no estado a ter regulamentada a produção do produto. A decisão, de novembro, teve como base um estudo técnico produzido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG),
Serão beneficiados produtores de 15 municípios com o reconhecimento, efetivado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
“Historicamente, a nossa região é produtora de queijo minas artesanal, o que foi demonstrado pelo trabalho de caracterização. Essa nova portaria vai estimular nossos produtores a regularizar suas queijarias e a produzir cada vez mais o QMA, que agora é regulamentado pelo Estado. Com essa conquista, nossos queijos poderão ganhar o mercado e o mundo”, comemorou Maria Elisa de Almeida, presidente da Associação dos Produtores de Queijo Minas Artesanal da Região das Serras da Ibitipoca (APROQ), também produtora de queijo na cidade de Lima Duarte.
“A maioria produz queijos visando o consumo próprio, de vizinhos e visitantes. Mas queremos os turistas, técnicos e autoridades para comprovar nossa força e vontade de vencer. Nosso queijo carrega um sabor característico de nosso clima de montanha e águas de excelente qualidade, além, é claro, da cultura do nosso ‘saber fazer’ do queijo”, observou a presidente da entidade.
O superintendente de Abastecimento e Cooperativismo da Seapa, Gilson de Assis Sales, explica que a identificação da região como produtora de QMA significa que o governo mineiro reconhece que os produtores locais seguem o processo tradicional de produção do queijo minas artesanal, utilizando leite cru, coalho, pingo (fermento natural), sal, prensagem manual e, por fim, maturação.
A publicação atende a uma demanda de produtores da região. “Nós analisamos o estudo técnico da Emater-MG, que forneceu uma base para estudarmos trabalhos publicados por pesquisadores, mestres e doutores em universidades, fontes primárias, como objetos contidos no acervo histórico de Juiz de Fora, livros de viajantes da época, publicados por editoras, e todos os demais dados disponibilizados publicamente por nossas instituições governamentais”, detalhou Carla Silva, coordenadora do programa Certifica Minas Queijo Minas Artesanal, do IMA.
As cidades que integram a região produtora estão nas regiões Sul, Sudoeste, Zona da Mata e Campo das Vertentes. São elas: Andrelândia, Arantina, Bias Fortes, Bom Jardim de Minas, Lima Duarte, Olaria, Passa-Vinte, Pedro Teixeira, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita do Ibitipoca, Santa Rita do Jacutinga, Santana do Garambéu, Seritinga e Serranos.
Fundada em 2019, a APROQ conta com 25 associados e representantes em praticamente todos os municípios que compõem a região. A produção mensal atual gira em torno de 100kg em cada queijaria.