Os empresários de Minas Gerais têm mostrado intenções positivas de contratação para o primeiro trimestre de 2021. Segundo a pesquisa de Expectativa de Emprego do ManpowerGroup, esse percentual é de 17%. Por outro lado, do total de entrevistados, 6% preveem demissões, 71% não pretendem alterar o quadro de funcionários nos primeiros três meses do ano e 6% não souberam informar.
“Existe uma percepção positiva, otimista. Estamos falando, muito provavelmente, de um grupo de empresas que estão confiantes que haverá uma retomada nas ações do mundo corporativo, nas atividades ligadas a alguns setores. Se acredita que vamos ter uma retomada, até porque o primeiro trimestre de 2021 está igual ao mesmo período de 2020, quando nós não tínhamos o coronavírus. Acreditamos que isso seja um fator bem importante porque mostra um otimismo dos empresários e empresas que estão contratando”, explica Wilma Dal Col, diretora da ManpowerGroup.
O indicador geral do Brasil na pesquisa mostra que o mesmo contingente de 17% dos empregadores preveem aumento nas contratações, enquanto 8% preveem demissões e 70% não esperam nenhuma alteração em sua força de trabalho.
Setores com expectativa de crescimento
Segundo Dal Col, ao analisar a situação do país, é possível perceber setores que estão se destacando mais. “Percebemos uma intenção positiva nos setores de varejo e comércio atacadista, seguido também, do setor industrial, que não vinha com uma faixa de crescimento. E uma manutenção dessa taxa no setor financeiro, imobiliário e de seguros. Percebemos uma manutenção desse setor, ainda com investimento e era o único que vinha um pouco mais positivo”, completa.
Em Minas Gerais
Para a diretora, o crescimento dos setores atacadista, varejista e industrial podem ter contribuído para elevar a taxa de expectativas do estado mineiro (13%), em relação ao indicador geral do Brasil, que ficou em 10%.
“Pode ser que as empresas que responderam a pesquisa, da região de Minas Gerais, pertençam mais a esses setores ou pode ser que de, alguma forma, esses setores tenham uma presença um pouco mais relevante dentro do estado e, dessa forma, acabaram fazendo com que a média ficasse um pouco mais elevada”.
“Pode ser que as empresas que responderam a pesquisa, da região de Minas Gerais, pertençam mais a esses setores ou pode ser que de, alguma forma, esses setores tenham uma presença um pouco mais relevante dentro do estado e, dessa forma, acabaram fazendo com que a média ficasse um pouco mais elevada”.
Dal Col destaca que esse resultado para 2021 é exatamente o mesmo de 2020, comparando o mesmo período. “Isso pode caracterizar uma retomada, dentro do que se planejava no início deste ano, antes da pandemia. Vale ter um olhar para isso e ficar atento”.
As pessoas que estão buscando oportunidades de trabalho devem observar em quais setores existe uma movimentação e os que ainda podem estar em uma retração ou com uma retomada menor, segundo ela.
Em busca de vagas
A diretora acredita que as pessoas que estão em busca de emprego devem se planejar, para tentar ocupar uma dessas vagas. “A pessoa pode começar a trabalhar em uma atividade que não é a que mais quer, pela necessidade de pagar as contas. Mas ela deve ficar atenta às áreas ou setores de seu interesse. No entanto, durante o período em que ela estiver nesse setor, é sempre importante que ela ofereça o seu melhor”.
Dal Col ressalta, ainda, como se tornar um profissional atrativo para ser contratado. “A pessoa deve ser clara do que está buscando, das suas competências e valores, além do que pode oferecer àquela organização. Lembre-se que essa relação é sempre uma via de mão dupla. A empresa sempre quer saber o que você tem a oferecer e, em contrapartida, você deve se perguntar o que ela também vai te oferecer”.
Outra dica da diretora, é sempre estudar sobre as empresas que estão com expectativa de contratação. “Se você vir o anúncio de uma vaga, antes de ir até lá, pesquise sobre a empresa. Hoje nós temos vários recursos na Internet que ajudam a dar informações a esse respeito”.
Mudanças trazidas pela pandemia
“As empresas ainda estão em fase de planejamento e entendimento. Apenas algumas poucas, têm declarado que vão permanecer em home office. Mas já vemos algumas outras manifestando essa intenção, também. E as que não manifestaram, estão planejando e trabalhando com essa possibilidade.
Para Dal Col, os profissionais também precisam analisar se querem trabalhar em casa, o que significa o home office, quais os ganhos e o que eles terão que abrir mão para se adequarem a essa nova realidade.
"A pandemia trouxe uma perspectiva maior para o trabalho em casa. A situação da pandemia ensinou os profissionais e as organizações a se ajustarem a esse modelo, a perceberem que ele é até diferente do que a gente imaginava antes de viver esse momento. E muito provavelmente ela nos ajude a construir uma década, em que a força de trabalho vai ter uma atuação diferente ou, pelo menos, vai acelerar essa diferença. Temos algumas pesquisas que mostram que o trabalho e a jornada flexível, o modelo remoto seria um pouco mais dominante e, talvez a pandemia tenha acelerado essas perspectivas e possibilidades”, finaliza.
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz