Após o superávit de US$ 1,473 bilhão em outubro, o resultado das transações correntes ficou novamente positivo em novembro deste ano, em US$ 202 milhões, informou nesta sexta-feira, 18, o Banco Central.
Os dados refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que a partir de março se intensificou no Brasil, reduzindo o volume de importações de produtos. A autarquia projetava para o mês passado superávit de US$ 1,0 bilhão na conta corrente.
O número de novembro ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 400 milhões a superávit de US$ 4,0 bilhões (mediana positiva de US$ 1,0 bilhão).
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,891 bilhões em novembro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,772 bilhão.
A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 1,032 bilhão. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 29 milhões.
Acumulados
No acumulado do ano até novembro, o rombo nas contas externas soma US$ 7,502 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit em conta corrente de US$ 7 bilhões em 2020. O cálculo foi atualizado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado na quinta-feira.
Nos 12 meses até novembro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 12,154 bilhões, o que representa 0,82% do Produto Interno Bruto (PIB). Este é o menor porcentual desde janeiro de 2018 (0,73%).
Lucros e dividendos
A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 157 milhões em novembro, informou o Banco Central. A saída líquida é inferior aos US$ 2,829 bilhões que saíram no Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas.
No acumulado do ano até novembro, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 16,650 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2020 some US$ 18 bilhões. Esta projeção foi atualizada no último RTI.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 881 milhões em novembro, ante US$ 1,061 bilhão em igual mês do ano passado.
No acumulado do ano até novembro, essas despesas alcançaram US$ 18,593 bilhões.
Viagens internacionais
Ainda sob os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia, a conta de viagens internacionais registrou déficit de apenas US$ 144 milhões em novembro, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em novembro de 2019, o déficit nessa conta foi de US$ 792 milhões.
Na prática, com o dólar mais elevado e a restrição de voos em vários países, os gastos líquidos dos brasileiros no exterior despencaram 81,81% em novembro deste ano. Vale lembrar que a pandemia do novo coronavírus ganhou corpo a partir de março, quando se intensificaram as restrições de deslocamento entre países.
O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 329 milhões - queda de 73,61% em relação a novembro de 2019. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 185 milhões no mês passado, o que representa um recuo de 59,42%.
No ano até novembro, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 5,024 bilhões. No mesmo período do ano passado, essa conta era negativa em US$ 16,097 bilhões.
Dívida externa
A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em novembro é de US$ 308,058 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2019 terminou com uma dívida de US$ 322,985 bilhões.
A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 236,592 bilhões em novembro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 71,466 bilhões no fim do mês passado.
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