A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses subiu a 5,2% em dezembro, ante um resultado de 4,8% obtido em novembro, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta segunda-feira. Em relação a dezembro de 2019, houve elevação de 0,4 ponto porcentual.
"A mediana da expectativa de inflação dos consumidores para os próximos doze meses em patamar acima de 5% acende o sinal de alerta à autoridade monetária. Apesar das projeções de mercado sugerirem inflação dentro da meta para o ano que vem, os consumidores estão preocupados com algumas pressões nos preços observada nos últimos meses, projetando para 2021 um cenário pior do que esperavam para 2020 ainda que a atividade econômica se mantenha fraca no primeiro semestre", avaliou Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, 41,4% dos consumidores projetaram valores abaixo da meta de inflação de 4,0% para 2020, a menor parcela dos últimos seis meses. Já a proporção de consumidores prevendo inflação acima do teto de 5,5% da meta de inflação para 2020 aumentou 2,2 pontos porcentuais, de 33,8% em novembro para 36,0% em dezembro, a maior parcela dos últimos seis meses.
Houve elevação nas expectativas medianas para a inflação em todas as faixas de renda familiar, principalmente no grupo de maior poder aquisitivo. As famílias com renda acima de R$ 9,6 mil registraram alta de 0,5 ponto porcentual nas expectativas de inflação, para 4,5%, maior valor desde junho de 2019.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.
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