Uberlândia, no Triângulo Mineiro, terminou o ano de 2020 com a maior inflação já registrada em quatro anos. Segundo o boletim do Centro de Pesquisas Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes-UFU), o índice de preços ao consumidor acumulado durante o último ano ficou em 5,05%. Alimentação foi o que mais pesou na inflação anual.
“Esta é a maior taxa acumulada no ano desde 2016, que havia sido de 5,33%”, disse a economista da UFU, Graciele Sousa. Ela ainda explicou que o grupo “Alimentação e Bebidas” apresentou a maior variação acumulada no ano, chegando a 15,74%, e, devido à importância deste nos levantamentos, a inflação do último ano foi altamente impactada no índice final.
Os produtos que mais contribuíram para o aumento foram o óleo de soja, com aumento acumulado de 64,78%, seguido do arroz, que teve aumento de 40,58% durante o ano, e o leite longa vida, cuja inflação acumulada em 2020 foi de 31,33%.
Com relação à cesta básica, a pesquisa do Cepes-UFU aponta que a variação acumulada ao longo de 2020 com o gasto mensal da cesta básica ficou em 27,19%. Os itens da lista que mais contribuíram para esse índice foram, de novo, o óleo, cujo acúmulo foi de 111,21%, e o arroz, com 78,78% de aumento, seguidos da batata, que teve inflação de 56,41%.
Dezembro
No último mês de 2020, a inflação teve sua maior variação do ano, com índice positivo de 1,20%. Esse aumento se deve, principalmente, ao aumento da conta de energia elétrica residencial, que subiu 10,52%. O que explica o crescimento é a mudança na bandeira tarifária, que saiu da bandeira verde para a bandeira vermelha patamar 2 no mês de dezembro.
Menos compras
A prestadora de serviços, Cláudia Guimerlhina, explicou que sentiu os efeitos dos aumentos dos alimentos, principalmente no caso do arroz. No ano passado, as compras do produto foram reduzidas e não houve substituição do item. “Muita coisa aumentou, o leite também. Mas o arroz eu tive que cortar pela metade. Lá em casa, meu marido e eu passamos a fazer (refeições com arroz) com menos frequência”, afirmou.
Mesmo com esse e outros cortes, a família formada por dois adultos, um adolescente, de 16 anos, e uma criança, de 10 anos, não reduziu gastos. “Estou com cada vez com menos compras e, mesmo assim, gastando o mesmo que gastava lá em janeiro ou fevereiro (de 2020)”, disse Cláudia Guimerlhina.