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Estado de Minas REFLEXO DA PANDEMIA

Consumidores de BH devem gastar menos com material escolar este ano

Levantamento mostra que apenas 27% dos entrevistados pretendem fazer esse tipo de compra, enquanto em todos os outros anos esse percentual era superior a 39%.


28/01/2021 14:41 - atualizado 28/01/2021 15:12

Pesquisa do Ipead-UFMG mostra que, neste ano, apenas 27% dos entrevistados farão compras de material escolar em Belo Horizonte, enquanto em todos os outros anos esse percentual foi superior a 39%
Pesquisa do Ipead-UFMG mostra que, neste ano, apenas 27% dos entrevistados farão compras de material escolar em Belo Horizonte, enquanto em todos os outros anos esse percentual foi superior a 39% (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead-UFMG) revela que o número de belo-horizontinos dispostos a ter gastos com material escolar neste início de ano letivo é o menor da série apurada. Apenas 26,67% dos entrevistados informaram que farão esse tipo de compra, enquanto em todos os outros anos esse percentual foi superior a 39%.

 

A pesquisa e%u0301 aplicada juntamente com o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte – ICC BH e tem o objetivo de avaliar o percentual de consumidores da capital mineira que apresentarão esse gasto específico e quais estratégias pretendem utilizar para economizar no valor final da compra.

 

Para a economista coordenadora do estudo no Ipead/UFMG, Thaize Martins, o baixo número é reflexo direto da interrupção das aulas presenciais. “Essa interrupção nas aulas gerou consequências. Muitas pessoas estão aguardando uma definição mais assertiva do retorno das aulas presenciais ou não. Houve uma evasão muito grande. Muitos pais deixaram de matricular as crianças menores, porque as escolinhas fecharam e o material escolar acaba sendo um reflexo direto dessas ações”, ressalta.

 

Redução de Gastos

Entre os entrevistados que anunciaram ter gastos com material escolar em 2021, a maioria pretende adotar alguma estratégia para economizar na hora da compra, assim como observado nos anos anteriores. Entre as estratégias mais citadas para economizar estão “reutilizar material escolar do ano anterior” (42,86%) e “pesquisar preços em diferentes estabelecimentos” (41,07%).

 

“A reutilização de materiais sempre vinha em segundo lugar na estratégia de economia dos consumidores, mas neste ano ela pulou pra primeiro. É mais um fato que comprova que esse material que foi comprado em 2020 não foi utilizado totalmente, em sua exaustão. Mochilas, estojos serão reutilizados agora em 2021”, afirma Thaize.

 

Mesmo diante do fechamento do comércio e da pandemia, a opção de realizar compras pela internet ficou na quinta posição, com 16,07%. No ano de 2021, verificou- se ainda que os consumidores estão menos propensos a realizar compras em conjunto com outros pais para negociar descontos, reduzindo de 8,99% em 2020 para 1,79% em 2021.

 

A economista do Ipead acredita que o comportamento dos consumidores notado neste início de ano é momentâneo e ligado à pandemia.

 

“O comércio ficou um bom período no ano passado com as vitrines fechadas e esse apelo de vitrine interfere muito no consumo. Se a pessoa não está vendo, não está saindo na rua, ela acaba não gastando. É um momento em que as pessoas não estão querendo gastar porque não sabem se seu emprego vai continuar, se seu empreendimento vai continuar funcionando. Assim que as coisas se estabilizarem e as pessoas voltarem pra rua, isso vai retomar o cenário antigo”, observa.

 

*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa


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