Nova Lima ainda tem uma das maiores faixas verdes da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Essa característica abriu espaço para uma das principais atividades econômicas da cidade na atualidade: o ecoturismo. Todas as regiões têm trilhas para caminhada e bicicletas – uma das mais tradicionais fica na região de Trilhas Perdidas.
Além disso, parques como o do Serra do Rola Moça e do Rego dos Carrapatos estão nos limites do município. A região atrai turistas de todo o país e oferece oportunidade de investimento e crescimento para quem investe.
O turismo de natureza existe em Nova Lima pelo menos desde a década de 70, segundo a diretora do Departamento de Turismo da prefeitura, Renata Couto. “Os precursores foram os motoqueiros. E depois vieram os jipeiros e ciclistas. Não tem como separar turismo de ecoturismo em Nova Lima”, explica.
Além disso, parques como o do Serra do Rola Moça e do Rego dos Carrapatos estão nos limites do município. A região atrai turistas de todo o país e oferece oportunidade de investimento e crescimento para quem investe.
O turismo de natureza existe em Nova Lima pelo menos desde a década de 70, segundo a diretora do Departamento de Turismo da prefeitura, Renata Couto. “Os precursores foram os motoqueiros. E depois vieram os jipeiros e ciclistas. Não tem como separar turismo de ecoturismo em Nova Lima”, explica.
Apesar de antiga, a atividade passou a contar com maior incentivo do poder público na última década. Em 2011 foi feito um plano municipal de ecoturismo. Já em 2013, um decreto tombou quatro monumentos naturais: a Serra do Souza, a Serra da Calçada, o Morro do Pires e o Morro do Elefante. Outra determinação, de 2016, tombou 300 quilômetros de trilha. Segundo Renata Couto, o desenvolvimento do ecoturismo é prioridade da administração municipal atual.
Com a procura por regiões de natureza próximas à capital, o turismo ecológico está em ascensão na cidade. O mercado atraiu o investimento de Igor Tomaz Sales, que fundou a Agência Trilhei há dois anos.
O empresário trabalhava na área bancária, mas estava insatisfeito. A ideia de trocar de ramo veio do hábito de ir para as trilhas. “Convidei umas pessoas para ir e gostaram. Muitas nunca nem tinham ido. Trabalhei por um ano sem fins lucrativos”, conta.
Hoje, a empresa tem três funcionários e trabalha com roteiros de turismo ecológico não só em Nova Lima como em outras partes do estado. “Nova Lima tem um potencial turístico muito grande. A gente não conhece todas as trilhas aqui. A fauna e a flora são muito ricas”, aponta Igor. Ele diz se sentir muito satisfeito trabalhando com isso e tem como missão oferecer roteiros que desenvolvam a consciência ambiental. “O legado que a gente quer deixar é um legado sustentável”, afirma.
Geração de renda no campo
No esforço coletivo da cidade em diversificar a economia, os agricultores de Nova Lima buscam se capacitar para sair de uma atividade de complementação de renda para um setor estabelecido.
A produção agrícola familiar se desenvolveu paralelamente à mineração, mas sem incentivos, segundo Glaidson Guerra, extensionista agropecuário da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em Nova Lima.
A produção agrícola familiar se desenvolveu paralelamente à mineração, mas sem incentivos, segundo Glaidson Guerra, extensionista agropecuário da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em Nova Lima.
A partir de 2010, a Emater passou a oferecer cursos de base para os produtores rurais nas culturas que eles já desenvolviam. “Nosso trabalho é muito pautado na geração de renda e desenvolver potenciais produtivos. Outra parte é inovação e tecnologia para novos produtos que eram impensáveis de se desenvolver no município”, explica.
A apicultura é uma das atividades que já existiam no campo de Nova Lima, mas passou a se estabelecer depois da capacitação oferecida pela Emater. Um total de 25 famílias do município produz entre sete e 10 toneladas de mel por ano. A região conta com a Associação de Apicultores das Cidades de Rio Acima e Nova Lima (Acranoli), que também investiu na capacitação dos produtores.
Um dos beneficiados pelo trabalho é Paulo Sérgio Machado Dias, que tem uma propriedade apícola no distrito de Honório Bicalho.
““Desde criança, meu pai tinha enxame de abelha. Eu era criador, para uso doméstico, tinha duas ou três caixas. Consegui caixas da prefeitura, e começamos a produção com 12. Hoje tenho cerca de 40”, conta.
Dias não trabalha apenas com a produção de mel, já que presta consultoria ambiental. Segundo ele, a atividade também é complementar na renda da maioria dos produtores da região. Porém, acredita ser uma oportunidade, já que a vegetação da região é muito rica e diversificada. “O gasto no início é um pouco alto, mas depois o retorno é rápido”. O produtor vende mel e própolis de porta em porta, para restaurantes e comerciantes.
““Desde criança, meu pai tinha enxame de abelha. Eu era criador, para uso doméstico, tinha duas ou três caixas. Consegui caixas da prefeitura, e começamos a produção com 12. Hoje tenho cerca de 40”, conta.
Dias não trabalha apenas com a produção de mel, já que presta consultoria ambiental. Segundo ele, a atividade também é complementar na renda da maioria dos produtores da região. Porém, acredita ser uma oportunidade, já que a vegetação da região é muito rica e diversificada. “O gasto no início é um pouco alto, mas depois o retorno é rápido”. O produtor vende mel e própolis de porta em porta, para restaurantes e comerciantes.
Mesmo com os avanços, Dias ainda acredita que falta incentivo para a atividade. Um problema são as queimadas, que fazem perder os enxames. A produção do ano passado foi de cerca de 500 quilos, reflexo de uma queimada em 2015, que destruiu 19 enxames, segundo o produtor.
“Estamos precisando de incentivo, para comprar caixa, cera. Pretendemos fazer parcerias com as escolas para fornecer na merenda.” A pandemia de coronavírus, por outro lado, foi boa para Dias. “Vendi muito própolis”, diz.
“Estamos precisando de incentivo, para comprar caixa, cera. Pretendemos fazer parcerias com as escolas para fornecer na merenda.” A pandemia de coronavírus, por outro lado, foi boa para Dias. “Vendi muito própolis”, diz.
Antes mesmo do mel, a produção de cogumelo já era estabelecida na região, e começou a se desenvolver a partir de 2005. Hoje, a produção anual é estimada entre cinco e seis toneladas. Já a agricultura familiar rural e urbana de hortaliças produz entre 35 e 40 toneladas por ano. Na busca por novas culturas, o município está investindo em estudos para a produção de pitaya e lúpulo, voltados para a cadeia de produção de cervejas artesanais.
Artesanato diversificado
A diversificação recente da economia de Nova Lima também permitiu a evolução do artesanato. Os artesãos da cidade trabalham com serralheria artística, biscuit, cerâmica, imagens sacras, velas, crochê e joalheria, entre outros.
Os artistas buscam reproduzir e preservar o patrimônio local nesses trabalhos, influenciado fortemente pela presença histórica dos ingleses na região. A complementação de renda é o principal objetivo.
A tradição que Nova Lima constrói nas artes manuais não é secular, como em outras cidades mineiras. Entre o final da década de 60 e o início dos anos 70 um grupo de professores alemães passou uma temporada na cidade e repassaram conhecimento em joalheria e funilaria. Antes disso, haviam alguns ourives, que não chegavam a constituir um setor.
Já em 1997, a Secretaria de Cultura de Nova Lima fundou a Escola Casa Aristides de Artesãos e Ofícios. A partir daí, uma série de encontros dos artistas da cidade acabou por resultar na criação da Associação Artes da Terra, em 2002. Hoje, o grupo reúne 25 artesãos, que também vendem a arte que produzem na sede da entidade.
Os artistas buscam reproduzir e preservar o patrimônio local nesses trabalhos, influenciado fortemente pela presença histórica dos ingleses na região. A complementação de renda é o principal objetivo.
A tradição que Nova Lima constrói nas artes manuais não é secular, como em outras cidades mineiras. Entre o final da década de 60 e o início dos anos 70 um grupo de professores alemães passou uma temporada na cidade e repassaram conhecimento em joalheria e funilaria. Antes disso, haviam alguns ourives, que não chegavam a constituir um setor.
Já em 1997, a Secretaria de Cultura de Nova Lima fundou a Escola Casa Aristides de Artesãos e Ofícios. A partir daí, uma série de encontros dos artistas da cidade acabou por resultar na criação da Associação Artes da Terra, em 2002. Hoje, o grupo reúne 25 artesãos, que também vendem a arte que produzem na sede da entidade.
Entre esses artistas, encontram-se histórias de pessoas que apostaram no artesanato pela realização pessoal, além de complementar a renda de uma profissão original. É o caso de Ícaro Eustáquio Silva, que trabalhava na indústria mecânica. Na década de 80, resolveu mudar de vida e estudar joalheria na Escola Mineira de Joalheria.
“O meu pai trabalhava com metal, era fundidor. Eu ia pra lá com 10 anos e ficava mexendo nas coisas”, conta. O artesão acredita que a tradição de passar as técnicas de pai para filho já não existem mais, mas as escolas cumprem bem esse papel.
“O meu pai trabalhava com metal, era fundidor. Eu ia pra lá com 10 anos e ficava mexendo nas coisas”, conta. O artesão acredita que a tradição de passar as técnicas de pai para filho já não existem mais, mas as escolas cumprem bem esse papel.
Ao falar sobre o que o satisfaz no trabalho, Ícaro destaca o controle autoral que o artesão tem sobre todo o processo. “Ele pensa e executa. Não é uma coisa que um projetista pensa e passa pra alguém fazer. Ele funde as duas coisas. Faço a liga metálica, transformo, serro, soldo, até o polimento. Tudo isso passa na minha mão. O objeto ao final nasceu de mim”, diz.
O artista afirma que os trabalhos vendem bem, mas lamenta que ainda não permitem trabalhar apenas com isso. “Isso não desanima ninguém não, é uma luta”, conclui.
O artista afirma que os trabalhos vendem bem, mas lamenta que ainda não permitem trabalhar apenas com isso. “Isso não desanima ninguém não, é uma luta”, conclui.