Seguindo a tendência de expansão do setor, o mercado de defensivos agrícolas movimentou R$ 101,7 bilhões no Brasil no ano passado, o que corresponde a um crescimento de 8,77% em relação a 2019. Os dados foram divulgados pela plataforma Empresômetro.
Os defensivos agrícolas são produtos químicos, físicos ou biológicos usados na agricultura para o controle de seres prejudiciais à lavoura, como insetos, plantas daninhas e doenças que atingem o ciclo de uma cultura.
A empresa levou em consideração mais de 37 mil notas fiscais de vendas no país em todo o ano de 2020. “O estudo considera os defensivos importados e também aqueles que são produzidos no Brasil. O país é o líder mundial na produção de várias culturas e também é o líder global no consumo de defensivos agrícolas”, ressaltou o líder de estudos do Empresômetro, Gilberto Luiz do Amaral.
Em 2019, o mercado havia movimentado R$ 93,5 bilhões. Esse crescimento acompanha o ritmo da agricultura no ano passado. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, o Valor Bruto da Produção (VBP) fechou em R$ 689,97 bilhões, 7,8% a mais que no ano anterior.
O comércio de defensivos pelos atacados representa 57% de toda a movimentação financeira do setor, já as vendas das indústrias são responsáveis por 34% e em seguida vêm os varejos, que representam 9% da movimentação.
“As operações de venda podem ocorrer da indústria para o atacado, varejo e consumidor final, assim como do atacado para o varejo e consumidor final e, por fim, do varejo para o consumidor final. Por isso, não há um padrão linear das transações, pois as indústrias, que são também importadoras, podem dar maior relevância para as vendas diretas ao consumidor final ou então optar em concentrar suas transações nos atacados, próprios ou de terceiros, tradings e ou nas lojas de varejo”, explicou Gilberto.
Segundo o Empresômetro, é preciso considerar também que algumas indústrias contam com filial que possui o próprio ramo atacadista. Nesse caso, a movimentação de vendas das indústrias atinge a marca de 58%.
Gilberto diz que algumas empresas produzem defensivos para diminuir impostos: “Essa é uma estratégia comum das indústrias, que acabam optando por produzir ou importar os defensivos e transferir para uma filial que tenha o ramo atacadista próprio. Isso acontece por questões tributárias ou logísticas”.
Recorde na liberação de agrotóxicos
A liberação de agrotóxicos e componentes industriais para a agricultura bateu recorde no Brasil pelo quinto ano seguido. No ano passado, 493 novos compostos químicos foram liberados – 19 a mais do que em 2019, segundo dados do Ministério da Agricultura. Somente nos dois anos de mandato do presidente Jair Bolsonaro, foram liberadas 967 substâncias para a agricultura.