Funcionários da Dataprev, responsável pelo processamento de pagamentos como os de benefícios do INSS e do auxílio emergencial, entraram em greve em alguns Estados após falta de acordo na negociação coletiva com a empresa pública, vinculada ao Ministério da Economia. A paralisação por tempo indeterminado já se iniciou no Distrito Federal, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte e começa em São Paulo na próxima segunda-feira, 15, segundo o movimento.
A Federação Interestadual dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação (FEITTINF) reivindica a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020, que, segundo a entidade, vinha sendo renovado a cada 30 dias sem índice de reajuste salarial e ainda está pendente.
Os funcionários da Dataprev também citam como entrave nas tratativas que o novo plano de saúde contratado pela empresa não estende direitos específicos para empregados ativos, aposentados, pensionistas e familiares que estavam garantidos em cláusulas do acordo coletivo de 2020.
Além disso, os trabalhadores relatam que, na última sexta-feira, 5, a diretoria da Dataprev enviou ofício à entidade sindical propondo que as negociações fossem retomadas sob mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A categoria informa ter recusado a medida e respondido que aguarda uma proposta concreta para que as tratativas se deem diretamente entre as partes.
"Desde o ano passado, temos denunciado o desmonte da estrutura da Dataprev com demissões em massa e o fechamento de unidades pelo Brasil", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd) e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto.
"Mesmo assim, os trabalhadores da Dataprev estiveram na linha de frente durante a pandemia, e se não fosse o trabalho desses profissionais teria sido impossível pagar o auxílio emergencial para quase 70 milhões de brasileiros no ano passado", acrescenta o líder sindical, que é presidente municipal do PDT em São Paulo (SP).
Neto diz ainda que os trabalhadores não vão aceitar "a precarização que querem impor para depois privatizarem" a Dataprev, que ele classifica como patrimônio nacional.
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