A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) divulgou nesta segunda-feira (15/03) os dados levantados na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em fevereiro. O endividamento das famílias de Belo Horizonte cresceu, chegando a 68,7%, entretanto houve queda de 1,0 p.p no número de inadimplentes, que passou a ser 31,3% no segundo mês de 2021.
Há diferença entre endividar e ficar inadimplente, segundo a Fecomércio: “O endividamento é um indicador que mostra o quanto os consumidores estão adquirindo compromissos como financiamento de imóveis, carros, empréstimos e cartão de crédito. Já o índice de inadimplência retrata o percentual de consumidores que possuem dívidas e não terão condições de cumpri-las”.
No mês avaliado, 1.000 pessoas foram entrevistadas e 68,7% afirmaram que estavam endividados, em sua maioria por causa dos cartões de crédito. Além dessa modalidade de dívida, apareceram também o cheque especial, pré-datado e crédito consignado e pessoal, como os cinco primeiros da lista.
Com compromissos financeiros em atraso, 31,3% das famílias afirmaram que algumas contas ainda não foram quitadas. O índice é maior entre pessoas com renda igual ou inferior a 10 salários mínimos. Apesar da porcentagem, ela representa 1,0 p.p a menos que o levantamento realizado em janeiro deste ano.
A maioria dos entrevistados está envolvida em dívidas longas, sendo que 70,9% afirmaram terem compromissos por tempo igual ou superior a 90 dias. Em BH, endividamento representa 10% da renda familiar em 77,1% dos casos e 50% do orçamento mensal para 22,2% dos entrevistados. Em média, o tempo de comprometimento de renda é de sete meses.
A pesquisa foi realizada em colaboração com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e também analisou o Índice de Confiança das Famílias (ICF), que mede com precisão a avaliação que os consumidores fazem, mês a mês, sobre aspectos relacionados à condição de vida de sua família.
Entre esses fatores estão a capacidade e a qualidade de consumo atuais e de curto prazo, o nível de renda doméstico e a segurança no emprego, segundo a Fecomércio. Em fevereiro, o ICF chegou a 73,3 pontos mostrando que as famílias estão mais cautelosas com uma intenção de consumo estável.
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz