A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses subiu a 5,5% em março, ante uma taxa de 5,3% obtida em fevereiro, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado foi o mais elevado desde novembro de 2018. Em relação a março de 2020, houve elevação de 0,7 ponto porcentual.
Segundo a FGV, o avanço do indicador foi provocado pela alta nos preços de alimentos e bebidas, "influência tanto pela mudança de hábito de consumo provocada pela pandemia quanto pelo preço das commodities associada à alta do dólar".
"Nesse cenário, o aumento dos preços tende a afetar de maneira mais intensa consumidores em faixas de renda mais baixas em virtude da elevada participação de alimentos e bebidas na cesta de consumo desses indivíduos", avaliou Claudia Perdigão, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, 10,3% dos consumidores projetaram valores abaixo da meta de inflação de 3,75% estabelecida para 2021, ante uma fatia de 15,2% registrada no mês anterior. Ao mesmo tempo, a proporção de consumidores esperando inflação acima do limite superior de tolerância da meta, de 5,25%, subiu de 37,1% em fevereiro para 43,8% em março.
A alta em março da expectativa de inflação foi puxada pelos consumidores de menor poder aquisitivo. Entre as famílias com renda mensal até R$ 2,1 mil, a expectativa de inflação subiu de 6,1% em fevereiro para 6,3% em janeiro. Na faixa de renda de R$ 2.100,01 a R$ 4.800 mensais, a expectativa de inflação aumentou de 5,3% em fevereiro para 5,7% em março.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.
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