Trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras, em Araucária, no Paraná, preparam greve sanitária a partir de segunda-feira, 12. Os funcionários pedem a suspensão por tempo indeterminado da já programada manutenção da unidade, pelo menos durante este período crítico da pandemia, quando o sistema de saúde está colapsado em praticamente todo o País.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) explica que os serviços de manutenção implicam no aumento do contingente de trabalhadores na unidade, elevando o risco de contágio.
A Repar tem 750 trabalhadores diretos (300 trabalhando em regime de home office) e 800 terceirizados. Segundo a entidade, em dias normais, conta com 1.250 pessoas trabalhando presencialmente na unidade.
"Durante a parada de manutenção, passa a contar com mais de dois mil empregados trabalhando presencialmente, causando aglomerações por todo o parque industrial, podendo piorar ainda mais a proliferação do coronavírus", diz a FUP, em nota.
Segundo informações do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC), já foram registradas três mortes de trabalhadores terceirizados na refinaria por covid-19.
A FUP diz que ao todo, até o último boletim de monitoramento da Covid-19 (nº 51) do Ministério de Minas e Energia (MME), divulgado nesta semana, a empresa já registrou vinte mortes de trabalhadores próprios pela doença.
Atualmente, a Petrobras tem 339 trabalhadores infectados, em quarentena, e 47 hospitalizados, de acordo com a entidade.
Procurada, a Petrobras não retornou até a publicação desta nota.
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