A desaceleração em Transportes (2,91%, após 3,26%) na primeira quadrissemana de abril, puxada por combustíveis, levou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a rebaixar de 0,61% para 0,58% a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) deste mês. A leitura inicial de abril, divulgada nesta segunda-feira, 12, repetiu a taxa de 0,71% do fechamento de março, e veio levemente abaixo do esperado (0,73%), segundo o coordenador do IPC-Fipe, Guilherme Moreira.
Além dos itens de Transportes que já vinham exercendo pressão sobre a inflação na capital paulista, como gasolina (11,00%), etanol (13,52%) e automóvel (novo, 1,90%, e usado, 2,63%), Moreira destaca a alta em Alimentação (0,39%, após 0,27%). Os semielaborados, que compõem o grupo, registraram alta de 0,98% na primeira quadrissemana de abril, puxados por carnes bovinas (1,55%) e aves (1,46%).
"Tem a ver com câmbio, exportações e baixa oferta interna. Os in natura, com deflação de 0,74%, estão segurando esse aumento em Alimentação, mas é algo temporário", alerta o coordenador do IPC-Fipe.
Moreira acrescenta que os itens relacionados a viagens seguem fazendo a diferença, devido às restrições impostas pela pandemia da covid-19. "Cada bloqueio despenca os preços", diz. Na primeira leitura de abril, o destaque foi passagem aérea, que registrou uma deflação de 3,14%.
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