A revitalização de campos maduros no Brasil pode atrair investimentos de até US$ 15 bilhões de dólares nos próximos cinco anos e arrecadar cerca de US$ 2,5 bilhões para o governo no período. Para isso, o governo tem que dar condições regulatórias e tributárias para atrair investimentos, avaliaram participantes da abertura do 1º Workshop do Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Maduros (Promar).
O Promar está em consulta pública e tem por objetivo aumentar a produção em campos no pós-sal, principalmente na bacia de Campos, que nos últimos seis anos teve uma queda de 55% na produção. No fim do workshop, que termina na sexta, 16, será produzido um relatório e entregue ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) com sugestões para o novo marco regulatório.
"Se não se fizer nada, essa situação continuará declinante, e isso afeta determinadas bacias, em especial bacia de Campos, o que afeta também Estados e municípios, e por isso a necessidade de incentivar investimentos nos campos maduros do pós-sal", afirmou na abertura do evento o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Coelho, ressaltando que as medidas são urgentes.
O workshop traz discussão de temas como cessão de direitos e transição de operação, escoamento e comercialização dos campos maduros, para criar um marco regulatório a exemplo do que foi feito no Reate, programa de revitalização de áreas terrestres lançado em 2019.
As projeções sobre investimentos foram apresentadas pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), Adyr Tourinho, que ressaltou a importância da participação do governo para atrair investimentos no segmento.
"É preciso criar um ambiente favorável de negócios no curto e médio prazos, é uma janela de oportunidade que não pode ser perdida", alertou Tourinho.
Presente no evento, o gerente executivo de Terras e Águas Rasas da Petrobras, Ricardo Pereira, afirmou que a estatal é parte do Promar, e vai investir US$ 13 bilhões nos próximos cinco anos na bacia de Campos.
"O Promar consegue criar um ambiente para discutir oportunidades nesses campos, é preciso desenvolver um ambiente para buscar maior fator de recuperação", disse durante o evento, destacando que com o programa será possível atrair empresas nacionais e de fora do País.
A atração de novos agentes é também uma das vantagens do Promar destacadas pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral.
"Em outros países, essas reservas seriam supervalorizadas, a gente está falando de áreas valiosas para o País, não pode desmobilizar esses projetos. A janela de oportunidades está aí e não podemos esperar a janela fechar, ou será um prejuízo muito grande", disse Barral, informando que o Reate já mostrou resultados positivos, o que pode se repetir no Promar.
Para a presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP), Cristina Pinho, além da competitividade, o vetor do Promar deve ser a sustentabilidade das operações.
"Precisamos de uma indústria de petróleo competitiva e sustentável. Na nossa visão, queremos colocar a indústria brasileira como líder em sustentabilidade e temos que nos preparar para isso todo ambiente regulatório e tributário", avaliou Pinho.
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