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Estado de Minas PANDEMIA

Comerciantes apostam no sábado antes do Dia das Mães para aumento de vendas

Esta é a segunda melhor data comemorativa para o comércio, ficando atrás apenas do Natal; a expectativa é grande para compensar a perda das vendas na pandemia


07/05/2021 13:52 - atualizado 07/05/2021 15:36

Movimento do comércio é menor para o Dia das Mães, devido à pandemia e a crise financeira(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Movimento do comércio é menor para o Dia das Mães, devido à pandemia e a crise financeira (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O segundo domingo de maio, Dia das Mães, este ano representa mais do que somente uma data comemorativa. Para os comerciantes, é o início de um alívio para os bolsos após tanto fechamento e abertura das portas durante a pandemia de COVID-19. Apesar de ser a segunda melhor data para o comércio varejista, só perdendo para o Natal, a venda desse ano caiu, mas representa o início de um retorno próspero para as próximas semanas.

Na Avenida Avenida Abílio Machado, no Bairro Alípio de Melo, Região da Pampulha, a loja Alessa Calçados colocou um recado especial na porta: “dia das mães o seu amor inspira". Segundo a gerente, Elizabeth Agda, 51 anos, a data é uma motivação para continuar funcionando. “A gente tá com uma expectativa muito boa. A venda foi boa ao longo da semana, teve um ótimo aumento”, disse.
 
Gerente, Elizabeth Agda, de 51 anos, da loja Alessa Calçados, na Avenida Abílio Machado(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Gerente, Elizabeth Agda, de 51 anos, da loja Alessa Calçados, na Avenida Abílio Machado (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
 

Ela conta o segredo da melhora: "Estamos fazendo promoção e chamando clientes. É claro que não é a mesma coisa, por isso estamos na expectativa de voltar ao normal”, relatou. Dentro da loja, as regras contra a COVID-19 são rígidas. “O cliente não entra sem a máscara, álcool em gel, os funcionários estão bem equipados”, assegurou. 

Esta também é a realidade da loja Monax, na Rua Carijós, Centro de Belo Horizonte. A variedade de coisas é grande: roupas, cama, mesa e banho. A gerente Adriana Moreira, 46 anos, conta que a reabertura foi um respiro de alívio. “A gente pensou que ia melhorar pra compensar o período que ficou fechado durante a pandemia. Tem sido bom, para mim tem sido relevante, acredito que tenha melhorado pelo menos 50%”, comemora.
 
Aerente Adriana Moreira, 46 anos, loja Monax, na Rua Carijós, Centro de Belo Horizonte(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Aerente Adriana Moreira, 46 anos, loja Monax, na Rua Carijós, Centro de Belo Horizonte (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
 

Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), o período afeta positivamente 66,3% das empresas que compõem o setor em Minas Gerais. Apesar de ser o segundo Dia das Mães durante a pandemia, a data neste ano promete ser mais promissora para o varejo nacional. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), R$ 12,12 bilhões devem ser movimentados no período, uma recuperação de 46,7%, contra uma retração de 33,1% em 2020. Em Minas Gerais, a expectativa é que a data gere R$ 1,13 bilhão em vendas neste ano.

O economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, explica que o Dia das Mães se destaca pelo forte apelo emocional e comercial, gerando diversas oportunidades de negócios. “De acordo com a pesquisa, 23,2% apostam em uma melhora nas vendas para o período. Deste total, 79,2% dos empresários apostam no otimismo/esperança e no valor afetivo da data (4,2%) como fatores para potencializar o faturamento no período”, ressalta.

Mas, a realidade para alguns tem se mostrado diferente da expectativa. A gerente da loja de roupas Autêntica, Luísa Lizandro, de 25 anos, também na Avenida Abílio Machado, coloca a expectativa de aumento nas vendas para o Dia das Mães no fim de semana. “Essa semana o movimento foi muito fraco, esperamos que hoje e amanhã, pelo 5° dia útil, melhore”, afirmou.
 
 
Gerente da loja de roupas Autêntica, Luísa Lizandro, de 25 anos, também na Avenida Abílio Machado(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Gerente da loja de roupas Autêntica, Luísa Lizandro, de 25 anos, também na Avenida Abílio Machado (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Para ela tem sido um ano difícil. “É uma mistura de sentimento, a gente fica apreensivo pela questão da venda. As contas e os impostos não param de chegar”, disse. “Aqui na loja é ainda pior porque outras conseguem vender pela internet, mas o nosso cliente é físico, não conseguimos vender on-line”, lamentou.

Luísa ainda conta que tem se arriscado com o vírus circulando nas ruas. “O movimento nas ruas tem sido muito grande e tem muita aglomeração. Ninguém respeita o uso da máscara. Aqui no nosso estabelecimento é obrigatório, mas a gente fica com medo quando sai da porta para fora”, observou.

Na mesma avenida, a gerente da loja Look Jeans, Daiana Bento, 26 anos, disse que ao contrário do que esperava, o movimento tem sido baixo. “A expectativa é grande, mas o movimento é fraco. As vendas não melhoraram, não tem tido muita venda”, disse. “Tem sido ruim, a gente tá indo e tentando recuperar”, acrescentou.
 
 
Flávia Maria Carlos, de 33 anos, comprou chocolate para presentear a mãe no domingo(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Flávia Maria Carlos, de 33 anos, comprou chocolate para presentear a mãe no domingo (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

A pesquisa “Expectativas do Comércio Varejista – Dia das Mães 2021”, realizada pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG também reflete este cenário de piora das vendas. 58,5% dos empresários afirmaram que as vendas serão piores em comparação ao ano passado, devido principalmente à pandemia e a crise econômica. Em virtude disso, 76,5% dos empresários esperam que o consumidor gaste, em média, até R$100,00 com produtos relacionados ao Dia das Mães.

Flávia Maria Carlos, de 33 anos, comprou chocolate para presentear a mãe no domingo(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Flávia Maria Carlos, de 33 anos, comprou chocolate para presentear a mãe no domingo (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Foi o que fez Flávia Maria Carlos, 33 anos. Ela foi a procura de uma lembrancinha para a mãe, de 81 anos, nesta sexta (07). “Comprei um chocolate para a data não passar em branco”, disse. Ela conta que este ano, mais uma vez, vai passar o dia das mães em casa e sem aglomerar. “Vamos fazer uma coisa mais reservada, só os que moram em casa e sem aglomeração. Preferimos nos manter em segurança, até mesmo pela minha mãe, que só tomou a primeira dose da vacina”, acrescentou.

Algumas mamães não quiseram esperar e foram às ruas para comprar o próprio presente, como Andreia Sena, 43 anos. Ela tem dois filhos - um de 8 anos e outro de 14. “Mãe moderna, a gente mesmo sai e escolhe o próprio presente”, brincou. Ela comprou algumas jóias na Galeria Ouvidor, na Rua São Paulo, Centro de BH, para passar a data com estilo. “Mesmo em casa só com o marido e os filhos, a gente tem que dar um jeito de fazer tudo do melhor jeito possível, afinal, mãe é mãe”, ressaltou.
 
 
Andreia Sena, de 43 anos, é mãe e resolveu se presentear(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Andreia Sena, de 43 anos, é mãe e resolveu se presentear (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Da mesma forma foi com Luciene Aparecida Leão, 48 anos. Ela é mãe de um filho, 28 anos, e também resolveu se presentear no dia das mães. “Esse ano tá muito apertado, vai ser só uma lembrança mesmo para não passar sem nada”, disse. Ela também já comprou o presente da mãe, com quem vai comemorar. “Vai ser um dia mais tranquilo com a minha mãe na casa dela”, conta.

Entre os segmentos econômicos mais afetados no período, destacam-se: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (72,2%); supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (70,5%); livros, jornais, revistas e papelaria (70,0%); tecidos, vestuário e calçados (68,1%) e móveis e eletrodomésticos (66,7%).


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