A KPMG realizou um levantamento analisando os quatro padrões de retomada dos 40 principais setores da economia brasileira após um ano de início da pandemia da covid-19. Segmentos como telecomunicação, agronegócio, varejo e seguros encontram-se na categoria de crescimento, indicam o estudo. As outras três classificações de recuperação estipuladas pelo relatório são: retorno ao normal, transformar para emergir e reiniciar.
De acordo com a pesquisa, podem ser consideradas em processo de crescimento, as indústrias e empresas que miram o mercado pós covid-19, com o comportamento do consumidor favoravelmente alterado durante a crise. Nesse caso, os investidores perceberam um potencial de liderança e fornecem capital para crescer agressivamente durante o período de recuperação. A categoria inclui ainda os setores de tecnologia, construção e higiene.
No segundo estágio de retomada, classificado como retorno ao normal, aparecem saúde, bancos, químicos, renováveis, farmacêuticas, prestadoras e operadoras, pagamentos, bens de consumos cíclicos, transporte urbano, utilidade pública, rodovia e private equity.
Para a KPMG, essas organizações são vistas como essenciais. Elas sofreram efeitos da recessão do distanciamento social, mas se recuperarão mais rapidamente à medida que a demanda do cliente retornar em volumes semelhantes.
O terceiro grupo, "transformar para emergir", abrange as áreas que se recuperarão, mas ao longo de um caminho prolongado, exigindo reservas de capital para resistir e transformar modelos operacionais e de negócio. Entre elas estão os setores de logística, óleo e gás, açúcar e etanol, cursos técnicos, mídia e esporte, varejos (serviços de alimentação), energia elétrica, automotivo, imobiliário, governos federal e estaduais, bens de consumo não cíclico e gerenciamento de ativos, mineração e metais.
Por fim, em reiniciar, estão as organizações que lutam para se recuperar devido à demanda permanentemente reduzida por ofertas, capital insuficiente para evitar recessão prolongada ou má execução da transformação digital. Aviação, ensino superior, aeroportos e indústria compõem essa categoria.
"A análise destaca que líderes de diferentes mercados têm buscado enfrentar esse momento com resiliência, informação e planejamento estratégico. O estudo aponta as especificidades dos setores abordados, incluindo as tendências, as medidas que as empresas têm adotado para mitigar os reflexos do atual cenário, os principais desdobramentos observados neste último ano, as lições aprendidas e os riscos inerentes aos mercados", analisa o sócio de clientes e mercados da KPMG no Brasil e América do Sul, Jean Paraskevopoulos.
ECONOMIA