O déficit da balança comercial de produtos químicos chegou a US$ 11,2 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, alta de 24,5% em relação ao mesmo período de 2020. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que diz que o crescimento do déficit não foi desestimulado nem mesmo pelo aumento dos preços médios dos importados de US$ 785/t, em dezembro de 2020, para US$ 1.066/t, em abril de 2021.
De janeiro a abril de 2021, foram importados mais de US$ 15,3 bilhões e exportados praticamente US$ 4,1 bilhões em produtos químicos, aumentos de 20,3% e de 9,9%. No acumulado dos últimos 12 meses (maio de 2020 a abril de 2021), o déficit é de US$ 32,6 bilhões, maior valor em bases anualizadas em todo o histórico da balança comercial de produtos químicos e que, até o final do ano, poderá superar US$ 33 bilhões, segundo a Abiquim.
Entre janeiro e abril deste ano as importações de produtos químicos movimentaram 17,2 milhões de toneladas, aumento de 17,8% na comparação com iguais meses de 2020. Trata-se de recorde em quantidades adquiridas para o período, tendo sido registrados aumentos importantes em praticamente todos os grupos acompanhados, como em resinas e elastômeros (34,1%), e em produtos químicos orgânicos (18,4%) e inorgânicos (16,1%), todos com significativa fabricação nacional.
Já o volume das exportações, de janeiro a abril, chegou a 5,4 milhões de toneladas, aumento de 7,3% em relação aos quatro primeiros meses de 2020, concentrado fundamentalmente em produtos inorgânicos (grupo que isoladamente representa praticamente 70% de todas as quantidades exportadas pelo Brasil em produtos químicos), "em que pese forte queda de 24,1% nas vendas ao exterior de resinas termoplásticas (380 mil toneladas exportadas no período)".
Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, os resultados da balança comercial em produtos químicos, até abril, evidenciam a urgência de uma agenda estruturante de competitividade e da retomada imediata do Regime Especial da Indústria Química (Reiq). "O Brasil precisa de uma estratégia voltada para o seu desenvolvimento e a retomada sustentada da atividade econômica somente será possível com o fortalecimento da competitividade dos setores que mais contribuem para a garantia do abastecimento interno, da agregação de valor em território nacional e para geração de empregos e renda", comenta.
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