A Medida Provisória da Eletrobras é o primeiro item da pauta de votações da Câmara nesta tarde. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deu início nesta quarta-feira, 19, à sessão plenária, mas a oposição está mobilizada e tenta retirar o item da pauta.
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) acusou o relator, Elmar Nascimento (DEM-BA), de ter elaborado um relatório que favorece o empresário Carlos Suarez, sócio de empresas que atuam na área de gás e também possui projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).
Os chamados "jabutis" - emendas que mudam o teor da proposta - incluídos pelo relator já foram apresentados em diversos projetos e MPs que já tramitaram nos últimos anos, incluindo o novo marco de gás, mas sempre foram rejeitadas.
"Isso é uma vergonha, um escândalo o que está acontecendo aqui", afirmou Braga. "Isso é uma fraude, um crime, uma operação escandalosa que entrega o controle do sistema elétrico brasileiro, aumentar o preço da conta de luz do conjunto da população para alguns poucos estarem fazendo negócios com isso."
Nascimento admitiu conhecer Suarez, "como todo o Brasil conhece", e reconheceu que ele tem negócios no setor de gás, mas negou as acusações. "Nunca recebi um benefício sequer dele ou de quem quer que seja", disse. "Não faço tráfico de influência."
Sem se alterar, Nascimento disse que, no passado, talvez reagisse de outra forma às acusações feitas por Glauber Braga. "Talvez fosse me entender com deputado Glaber lá fora. Não o farei", afirmou.
O líder do PT, Bohn Gass (RS), disse que a votação da MP desrespeitou a ordem de envio das propostas e que a pandemia impediu a realização de audiências públicas para discutir o assunto. Lira, no entanto, não aceitou a questão de ordem e manteve a MP na pauta.
O presidente da Câmara lembrou que a votação da MP da Eletrobras será uma das primeiras com as novas regras do regimento. Ele destacou que uma delas permite a retirada da palavra do deputado que desviar do tema em discussão.
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