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Estado de Minas Energia

Seca encarece conta de luz


20/05/2021 04:00 - atualizado 19/05/2021 23:40

Com baixo nível nas usinas, cliente paga R$ 4,16 por 100kW consumidos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 21/7/14)
Com baixo nível nas usinas, cliente paga R$ 4,16 por 100kW consumidos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 21/7/14)

A escassez de chuvas neste período do ano novamente se reflete na geração e no custo de energia elétrica no país, já que os reservatórios das usinas hidrelétricas operam com capacidade baixa. Balanço divulgado pelo Organizador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ontem, indica que os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão com 33,01% de água. Essa capacidade significa cerca de um mês de energia estocada, segundo Walter Fróes,  diretor-geral da CMU Energia. “Quando os reservatórios do Brasil inteiro estão com 100%, e isso não acontece há anos, temos cerca de quatro meses de energia estocada. Com 30% do reservatório, é pouco mais de um mês de energia reservada", explica.

Sendo a principal fonte de geração de energia do país, as usinas hidrelétricas são responsáveis por mais de 50% da matriz nacional e por trás do funcionamento delas estão os reservatórios de água. Para manter os reservatórios cheios, grandes volumes de chuva são necessários, mas entre abril e setembro a escassez passou a ser algo comum no Brasil.

Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), as baixas precipitações registradas nos últimos 10 anos têm resultado em baixas vazões, dificultando a recuperação dos níveis dos reservatórios em toda a Região Sudeste, que responde por aproximadamente 70% do armazenamento de água do sistema elétrico interligado nacional. Para solucionar a falta de chuvas, o ONS determina o acionamento das usinas termelétricas, porém o uso desse método é mais caro, o que se reflete nas contas de luz dos consumidores.

"As usinas termelétricas têm custo de geração mais alto, mas, como a crise hídrica está se agravando, o governo manda as térmicas gerarem a energia. Acredito que não há riscos de racionamento neste ano, mas a conta deve ficar mais cara e a expectativa é de que a bandeira vermelha permaneça", diz Walter Fróes.

A Cemig também esclareceu que, no caso das reservas de hidrelétricas ficarem relativamente vazias, o suprimento será das termelétricas e não existe risco de racionamento, pelo fato de o sistema nacional ser interligado e contar com essa opção de geração. Sobre o uso das bandeiras tarifárias, a companhia destacou que isso sinaliza o custo para produção de energia e, por causa do baixo nível dos reservatórios, as usinas térmicas são usadas e, consequentemente, geram mai- or custo. Para este mês, a bandeira é vermelha patamar 1 para todo o país. O que significa que todos os brasileiros pagam um valor adicional de R$ 4,16 para cada 100kWh consumidos.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Marcílio de Moraes



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