Os planos de saúde registraram o maior aumento no número de beneficiários em quase cinco anos. Em abril, foram mais de 48,1 milhões de usuários, um aumento de 0,26% em relação a março. É o maior número registrado desde julho de 2016.
Antes disso, a evolução mensal só foi superada em junho daquele ano, quando o setor atingiu 48.263.518 beneficiários. Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira (21/5), pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Entre abril de 2020 a abril de 2021 houve crescimento em todas as modalidades de contratação do plano. O destaque foi para os planos coletivos empresariais, com variação positiva de 3,15% no mês. Considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, é possível observar que a variação se mantém positiva para os usuários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação no período de um ano.
Sinistralidade e ocupação dos leitos
Os dados também mostram que o índice de sinistralidade do primeiro trimestre de 2021 permanece inferior ao observado no mesmo período de 2019, pré-pandemia. Além disso, não há, até o momento, tendência de alteração no segundo trimestre.
A taxa de ocupação de leitos recuou, retornando ao mesmo patamar de antes da pandemia, puxada principalmente pela redução na ocupação dos leitos dedicados ao atendimento à COVID-19.
A procura por exames e terapias eletivas apresentou queda em relação a abril de 2019. Esses indicadores sugerem que não há impacto significativo da pandemia nos custos totais do setor e na utilização assistencial no primeiro trimestre, quando comparados a níveis pré-pandemia.
Informações assistenciais
A taxa mensal geral de ocupação de leitos – que engloba leitos comuns e UTI - apresentou queda de quatro pontos percentuais em relação a março, atingindo 72% em abril. Essa redução decorreu, principalmente, da queda na taxa de ocupação de leitos para atendimento à COVID-19 em comparação ao mês anterior, e atingiu o mesmo patamar de antes da pandemia.
Em abril, a taxa de ocupação de leitos para COVID-19 passou de 79% para 72% e a taxa de leitos para outros procedimentos se manteve em 73%.
A quantidade de consultas em pronto-socorro que não geraram internações sofreu queda significativa em relação ao mês anterior e continua abaixo do observado antes do início da pandemia. A procura por exames e terapias eletivas (Serviços de Apoio Diagnóstico Terapêutico - SADT) registrou queda, em comparação com abril de 2019.
Exames relacionados à COVID-19
Os dados sobre a realização de exames contemplam informações coletadas até fevereiro e têm como fonte os dados do Padrão TISS (Troca de Informação de Saúde Suplementar).
Nesse mês, foram feitos 276.725 exames RT-PCR e 56.260 testes do tipo sorológico, mas vale ressaltar que os números ainda podem sofrer alteração à medida que as cobranças forem encaminhadas dos prestadores de serviços às operadoras e, posteriormente, para a ANS.
O mês de dezembro de 2020 registrou o maior número de exames realizados nas duas modalidades: 788.078 testes do tipo RT-PCR e 181.692 sorológicos.
Informações econômico-financeiras
Em abril, houve leve queda das despesas assistenciais e redução do pagamento das mensalidades recebidas em relação a março. Porém, este valor ainda é maior que o verificado nos meses anteriores. O índice de sinistralidade voltou aos patamares de dezembro de 2020, passando para 80%.
Os percentuais de inadimplência, tanto para planos individuais ou familiares quanto para coletivos, continuam próximos dos níveis históricos em abril, ficando em 6% no geral - queda de 1 ponto percentual em relação a março.
Demandas dos consumidores
Houve queda no número de reclamações – tanto gerais como demandas específicas sobre COVID-19 – no comparativo com março. Em abril, foram registradas 13.094 reclamações pelos canais de atendimento da ANS, redução de 14,1% em comparação com o mês anterior.
Em relação às reclamações específicas sobre COVID-19, foram registradas 1.324 queixas em abril, contra 1.525 reclamações relativas ao tema em março, queda de 13,2%, aproximadamente.
Do total de reclamações relacionadas ao coronavírus nesse mês, 40% dizem respeito a dificuldades relativas à realização de exames e tratamento, 46% se referem a outras assistências afetadas pela pandemia e 14% são reclamações sobre temas não assistenciais (contratos e regulamentos, por exemplo).
A maioria das reclamações apresentadas foram solucionadas por meio da mediação promovida pela ANS. No portal da reguladora, é possível acessar o monitoramento diário das demandas sobre COVID-19. Clique aqui e confira.
Sobre os dados
Para a análise dos indicadores assistenciais, a ANS considerou informações coletadas junto a uma amostra de 50 operadoras com rede própria hospitalar. Para os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 97 operadoras para o estudo de fluxo de caixa e de 96 operadoras para análise de inadimplência.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.