O Banco Central avalia que existe um potencial não realizado de portabilidade de crédito no Brasil. Em estudo publicado nesta terça-feira, 25, a instituição afirmou que existem hoje 18,9 milhões de tomadores de crédito consignado que pagam taxas de juros acima da média atual do mercado e, portanto, poderiam transferir sua operação para outra instituição, com custo menor. Estão na mesma situação outros 4,2 milhões de clientes bancários que financiaram veículos e 493 mil pessoas que fizeram crédito imobiliário.
Os dados fazem parte do estudo "Evolução da Portabilidade de Crédito no Brasil: comportamento e perfil", publicado nesta terça-feira. Ao tratar especificamente do crédito imobiliário, o BC pontuou que "não obstante a queda significativa das taxas e do grande crescimento nas operações de portabilidade, em dezembro de 2020 havia ainda 493 mil tomadores (saldo de R$ 63 bilhões) em operações com taxas de juros acima de 10% a.a., mais elevada que a taxa média de aproximadamente 7% a.a. praticada pelo mercado em 2020".
Para o BC, o potencial de portabilidade no crédito consignado e na aquisição de veículos é ainda maior.
"Nessas modalidades, respectivamente 47% e 28% dos tomadores (25% e 12% do saldo) ativos em dezembro de 2020 estão em operações com taxas de juros acima de 25% a.a., enquanto as taxas médias em 2020 foram de 19,7% e 19,3% a.a", informou o BC.
O estudo sobre portabilidade, que antecede a divulgação do Relatório de Economia Bancária (REB), em 7 de junho, está disponível no site do BC, no seguinte endereço na internet: https://www.bcb.gov.br/content/publicacoes/Documents/reb/boxesreb2020/boxe_2_evolucao_portabilidade_credito_brasil.PDF
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