Com o passar dos anos, a internet se tornou uma ferramenta importantíssima na hora das compras. Em tempos de pandemia, os laços com o consumidor foram estreitados, visto que as compras on-line cresceram e a busca por um preço “mais em conta”, também. Porém, a crise financeira revelou outro avanço: o do mercado de produtos usados no Brasil.
A pesquisa “Brasil Digital: Itens Parados em Casa”, realizada pela OLX, uma das maiores plataformas de compra e venda do país, mostrou que o brasileiro, além de comprar produtos usados, têm usado o ambiente virtual para desapegar de itens e, assim, gerar renda extra.
Segundo o levantamento, 39% dos brasileiros já realizaram compras de produtos usados na internet. Outros 45% afirmaram que compraram pela primeira vez durante o período de pandemia. O resultado comprova que a pandemia acelerou o hábito de comprar on-line, sobretudo itens usados, uma vez que 60% só compravam produtos novos antes da crise sanitária.
“Com a pandemia, o brasileiro precisou se reinventar e encontrou no mercado de seminovos e usados esta possibilidade, seja para comprar produtos com uma melhor relação entre custo e benefício, ou para gerar renda extra com a venda de itens que estavam parados em casa. Observamos que as pessoas estão mais conscientes de seus consumos e mudando seus hábitos, vendo que um item pode ter seu tempo de vida prolongado e atender a necessidade de quem procura por produtos de qualidade e com um melhor preço”, explica Andries Oudshoorn, CEO da OLX Brasil.
Cristiano Augusto Cardoso, 27 anos, morador de Belo Horizonte, não perde uma oportunidade de comprar itens usados. Para ele, o retorno é muito mais positivo do que gastar em um produto novo.
“Pra mim compensa demais. Tem coisa que você compra usada, mas que parece coisa nova. Sem contar que a gente economiza mais. E nesse tempo complicado, quanto mais a gente economizar, melhor, né”, disse.
Ele não só compra, mas também costuma vender nas plataformas. “Sempre quando tem algo pra vender eu vendo. Tenho perfil na OLX, no Mercado Livre. Não gosto de deixar coisa parada sendo que tenho a possibilidade de vender e ainda ganhar dinheiro”.
E se Cristiano vende os itens parados, 63% dos brasileiros possuem ao menos um produto parado em casa que poderia ser vendido, mas somente 23% vendem de fato. O motivo, segundo os entrevistados pela pesquisa, é a falta de hábito e de experiência com a negociação dos seminovos.
Além disso, 15% disseram não ter nada para se desfazer, 14% afirmaram ainda utilizar o produto, 8% indicaram falta de tempo para vender e 9% acreditam que não há pessoas interessadas em comprar.
Para Andries Oudshoorn, “em um período de contenção financeira, a venda de um item já sem utilidade otimiza espaços, gera um consumo mais consciente e contribui para a sustentabilidade”.
Os dados mostram, ainda, que as classes A e B representam 38% dos que têm itens usados disponíveis para a venda e a classe C responde por 51%. Em contrapartida, apenas 13% das pessoas das classes D e E disseram ter produtos que poderiam ser vendidos.
Observando as regiões, o Sudeste concentra 47% dos brasileiros que possuem itens parados em casa. O Nordeste aparece com 23%, seguido pela região Sul, com 14%. Centro-oeste e Norte concentram, cada uma, 8% dos brasileiros que poderiam gerar renda com a venda de produtos que não utilizam mais.
De acordo com a pesquisa, roupas, calçados e materiais esportivos representam 45% do volume de itens parados em casa e são a categoria que os entrevistados têm maior quantidade. Em média, cada brasileiro teria 10,4 peças disponíveis para venda.
“Os produtos que os brasileiros mais têm em casa são os mesmos que possuem alta demanda de procura. Desapegar é uma oportunidade de renda extra para quem vende, e de preço mais vantajoso para quem compra”, explica Andries.
Produtos preferidos pelos brasileiros
Dentre os produtos usados mais preferidos, destacam-se os celulares (28%), roupas, calçados e materiais esportivos (27%), equipamentos eletrônicos (22%), eletrodomésticos (17%) e móveis (15%).
Agora, quando o assunto são os produtos usados mais vendidos pelos brasileiros, os celulares e roupas, calçados e materiais esportivos aparecem, ambos, com 26%. Em seguida, estão: produtos eletrônicos (20%), eletrodomésticos (18%) e móveis (16%).
O celular é o principal item que o brasileiro tem parado em casa (32%). Em média, são 1,6 aparelhos por pessoa. Na sequência, surgem os móveis (27%) com a média de 2,3 itens por pessoa e eletrodomésticos (26%) com média de 2 itens.
Cristiano Augusto sabe muito bem que o celular é o mais preferido. O seu próprio aparelho foi comprado de segunda mão e ele não se arrepende da aquisição.
“O meu celular é usado e eu nunca tive problema com ele. Antigamente, eu não comprava de jeito nenhum. Quando falavam de comprar coisa usada eu “saía fora” porque não confiava. Hoje em dia eu falo pra todo mundo comprar. Se deu certo comigo, vai dar pra outra pessoa também com certeza”, disse.
“Quando comprei o celular ele já tinha um ano e meio de uso. Mas peguei ele novinho, com um preço menor e do jeito que eu queria. Compensou muito mais”, finaliza.
“Uma das vantagens de comprar um seminovo ou usado é a flexibilidade de negociação entre comprador e vendedor. Ambos buscam a melhor relação entre custo e benefício, o que pode tornar preços e formas de pagamento ainda mais atrativos”, ressaltou Andries Oudshoorn, CEO da OLX Brasil.
O que vender, onde vender e como vender
Hoje é possível encontrar de tudo na internet. Nas plataformas, os itens à venda vão desde uma almofada para um sofá até um carro de luxo.
Para vender é fácil:
- basta escolher a plataforma
- criar um perfil
- anunciar o produto
Lembre-se: detalhes e fotos do item, preço e forma de pagamento e telefone de contato do vendedor são imprescindíveis.
Para comprar também é simples:
- ter um perfil
- entrar na plataforma
- escolher o produto
- entrar em contato com o vendedor
- finalizar a negociação
- buscar/receber o produto
Há plataformas que têm entrega via correio, como por exemplo, o Mercado Livre. Nesses casos, você também precisa ter um perfil na plataforma para que o produto chegue até o endereço da sua residência. Em compras em plataformas como a OLX, o comprador vai ao encontro do vendedor ou vice-versa.
Mas não se esqueça: na hora de comprar é necessário bastante atenção, visto que muitos golpistas utilizam da facilidade proporcionada pela plataforma para aplicarem golpes.
Outros sites de compra e venda
Além da OLX, há outras plataformas bem conhecidas e utilizadas pelos brasileiros frequentemente. Como:
- Mercado Livre
- Enjoei
- Shopee
- Redes Sociais
- Amazon
- Submarino
- Estante Virtual
*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira