O Brasil atingiu a marca de 19 gigawatts de capacidade instalada em energia eólica, informou a associação do setor, Abeeólica, com 726 parques instalados e confirmando a fonte como segunda maior do País, atrás apenas da geração hidrelétrica, posição conquistada em 2019.
No ano passado, foram gerados 57 Terawatts de energia elétrica pelo vento, o suficiente para abastecer 28,8 milhões de residências, ou 86,4 milhões de pessoas.
"Temos uma capacidade acumulada de 24,2 gigawatts até 2024, resultante dos contratos já realizados, tanto no ambiente livre como regulado, sendo que 8,8 GW são referentes ao mercado livre", afirmou a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, durante evento online pelo Dia do Vento, comemorado nesta terça-feira, 15.
Em média, no ano passado, 9,97% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional (SIN) veio da energia eólica, informou. Nos meses que fazem parte da safra de ventos (período seco), a geração já chegou a 17,7% de toda geração do País.
Em 2020, o Brasil manteve a sétima posição no ranking mundial do Global Energy Council (GWEC) e foi o terceiro país que mais instalou sistemas eólicos.
"O ano de 2009 marcou muito o setor, foi o primeiro leilão com participação de contratação expressiva de energia eólica.Foi o momento que o setor abraçou a oportunidade de se tornar o protagonista que se tornou, e chegou em excelente hora para Brasil", disse Thiago Barral, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), presente no evento.
Ele ressaltou que a energia eólica complementa a geração hidrelétrica, por ser mais forte no período seco, quando as hidrelétricas produzem menos, como está ocorrendo no momento.
"É uma soma que casou muito bem, e esses 19 GW nesse período de estiagem entram a todo vapor, em seu máximo, e a gente tem essa possibilidade de aproveitar esses 19 GW de qualidade excelente", destacou Barral, referindo-se à severa crise hídrica que o País atravessa.
O executivo recordou que, em 2008, o Brasil buscava a diversificação da matriz elétrica e elegeu a eólica para o leilão de 2009, que desde então só cresce em participação nos leilões de energia do governo.
"É um caso de sucesso no mundo, se a gente olhar para trás, foi um crescimento muito expressivo em pouco mais de 10 anos", afirmou Ricardo Gorini, membro da Irena, agência internacional de energia renovável.
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