O município de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, vai reforçar a oferta de café de qualidade da região, que vem expandindo tanto a produção quanto a produtividade das lavouras do principal produto da agricultura no estado. Com investimentos de R$ 10 milhões, o grupo Jequitinhonha Alimentos inaugurou na cidade uma indústria com capacidade para produzir 1.800 quilos do grão por hora. A área de 10 mil metros quadrados da unidade industrial está equipada com tecnologia moderna de separação e torra e deve manter 120 empregos.
A cultura ocupa em torno de 1 milhão de hectares nesta safra. Grandes regiões produtoras estão no Sul de Minas, Triângulo, Alto Paranaíba e Nordeste do estado, além da Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Centro-Oeste. Minas é o maior produtor do Brasil, respondendo por cerca de metade da safra nacional. .
Com extensão prevista de 29,8 mil hectares, a região do Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri tem 77 municípios produtores. A expectativa do grupo Jequitinhonha Alimentos é crescer 10% ao ano até 2026. Luiz Carlos Moreira Barbosa, CEO da empresa, diz que a marca deverá consolidar presença em grandes polos de consumo do interior e também na capital. “Vamos alcançar os demais municípios de Minas onde ainda não têm pontos de venda e ainda estabelecer nossa chegada em Belo Horizonte, que já demanda nosso café”, diz.
Luiz Carlos Moreira, CEO do grupo, destaca que o café produzido é considerado um produto de alta qualidade por suas especificidades de topografia, com altitude acima de 800 metros e clima “terroir”, características singulares favoráveis à produção de cafés de alto padrão. O produto é certificado com o Selo de Pureza e Qualidade da Associação Brasileiro da Indústria de Café (Abic).
O prefeito de Capelinha, Tadeu Filipe Fernandes de Abreu, observa que o município ganhou tradição em café, atividade desenvolvida desde 1970. “A instalação de uma indústria de café moderna reforça essa vocação empreendedora da região da Chapada de Minas. Além de elevar o nome de Capelinha enquanto produtora de café, contribui na geração de emprego e renda”, diz.
Histórico Fundada em 1998, a Indústria de Café Jequitinhonha iniciou suas atividades com uma pequena fábrica no fundo do quintal de casa do fundador, Luiz Carlos Barbosa, e de sua mulher, Jucondina Barbosa. Sem funcionários, o primeiro torrador foi comprado de segunda mão.
O negócio cresceu e, em 2000, a marca já era comercializada em três cidades, com produção de 100 sacas de café por mês. Em 2005, a chegada de mais tecnologia permitiu o empacotamento automático, o que facilitou sua expansão para mais municípios. Naquele ano, a produção já alcançava 500 sacas.
Em 2010, a linha de produção foi mais uma vez ampliada e a fábrica atingiu o patamar de 300kg de café por hora. A antiga unidade fabril, então, ficou pequena. A construção da nova sede começou em 2019. Foram dois anos de planejamento e execução.
Antes do início da pandemia do novo coronavírus, Luiz Carlos Moreira viajou para cidades brasileiras diversas para conhecer outras unidades fabris. Conversou com empresários, investigou sobre tecnologia e produtividade.
A aquisição de maquinário para a nova unidade demandou a mudança para um endereço maior, com mais de 10 mil metros quadrados. “Buscamos tecnologia que agregasse volume e agilidade na produção, mas que, sobretudo, mantivesse o mais alto grau de pureza do Café Jequitinhonha, preservando o sabor artesanal que nos trouxe até aqui”, afirmou o CEO do grupo. O combustível para a operação da indústria é a lenha de reflorestamento (eucalipto), que gera o mínimo de resíduo na combustão, sem toxinas, e propicia processo de torra mais controlado e eficiente.
Produção industrial reage
O relaxamento de restrições sanitárias para deter a COVID-19 em várias regiões do país e a reedição do pagamento do auxílio emergencial ajudaram no desempenho da indústria em maio, avaliou o gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo.
A produção do setor cresceu 1,4% em relação a abril, após perda acumulada de 4,7% em três meses seguidos de quedas. Contudo, o resultado está longe de compensar a tendência decrescente. “A questão da pandemia permanece, mas há claramente um relaxamento maior das questões sanitárias e restrições de mobilidade em relação a março e abril. Em abril, houve o pagamento do auxílio emergencial”, disse Macedo.
A produção do setor cresceu 1,4% em relação a abril, após perda acumulada de 4,7% em três meses seguidos de quedas. Contudo, o resultado está longe de compensar a tendência decrescente. “A questão da pandemia permanece, mas há claramente um relaxamento maior das questões sanitárias e restrições de mobilidade em relação a março e abril. Em abril, houve o pagamento do auxílio emergencial”, disse Macedo.