O endividamento das famílias belo-horizontinas manteve a trajetória de alta em 2021, pelo sexto mês seguido. Em junho, o índice fechou em 78,5% contra 74,4% em maio. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) e foram divulgados nesta segunda-feira (5/7) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A tendência foi acompanhada pela quantidade de famílias com contas atrasadas, que aumentou 1,7 ponto percentual em relação a maio. Assim, a inadimplência alcançou 35,2% da população, enquanto o percentual de consumidores que não terão condições de pagar suas dívidas atingiu 16,8%.
A pesquisa mostra o comprometimento da renda familiar com financiamento de imóveis, carros, empréstimos, cartões de crédito, lojas e cheques pré-datados, além da capacidade de pagamento dos consumidores.
Pelos resultados, o cartão de crédito continua sendo o principal compromisso financeiro das famílias. Em junho, 77,8% fizeram dívidas utilizando o cartão como forma de pagamento. Houve queda em relação a maio, quando o índice havia ficado em 82,4%.
“O avanço nos indicadores reflete o momento atual das famílias, pautado pelo aumento do desemprego, da inflação e pelo achatamento da renda. Com isso, é comum que os consumidores utilizem o cartão de crédito para as compras do mês. Diante desse cenário, é fundamental se planejar para não perder o controle do orçamento”, afirma a economista da Fecomércio-MG, Gabriela Martins.
Outras modalidades de dívidas sofreram variações no nível de comprometimento do orçamento das famílias:
- Carnês (15,3% para 20,0%);
- Financiamento de carro (13,0% para 10,7%);
- Crédito pessoal (7,6% para 6,9%);
- Cheque especial (7,7% para 6,8%);
- Financiamento de imóveis (de 7,7% para 6,5%) e
- Crédito consignado (6,6% para 5,0%)
De acordo com o levantamento, as dívidas comprometem até 50% da renda familiar em 81,3% dos casos, sendo que 21,3% envolvem mais da metade do orçamento mensal.
Em média, o tempo médio de comprometimento da renda é de sete meses. Já entre as famílias com contas em atraso, 47,3% afirmaram que o período é superior a 90 dias.
Foram entrevistadas mil famílias residentes na capital mineira. A margem de erro da pesquisa, realizada nos últimos 10 dias de maio, é de 3,5%, e o nível de confiança é de 95%.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz