O consumo nas casas brasileiras acumulou alta de 5,32% nos primeiros meses deste ano, de janeiro a maio. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (8/7) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) por meio do Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado também é positivo em 2,88%.
Segundo o estudo realizado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Abras, o bom desempenho se deve a um conjunto de fatores, entre eles o auxílio emergencial e o pagamento da primeira parcela do décimo-terceiro salário para aposentados e pensionistas do INSS, que aconteceu na segunda quinzena de maio.
Para um setor que não teve pausas, o planejamento de 2021 está sendo cumprido, segundo o vice-presidente Institucional da Abras, Marcio Milan. “O planejamento feito em 2020 para os primeiros meses agora de 2021 está sendo realizado. E o resultado está aparecendo. Só entre abril e maio passados foram abertas 24 novas lojas no Brasil. E outras 45 passaram por grandes reformas”, disse.
Os investimentos estão contribuindo para a geração de emprego no país, que contabilizou 30.883 novos postos de trabalho entre janeiro e maio. “O investimento que gera emprego acaba voltando para o próprio setor. Os novos funcionários também passam a aplicar parte de sua renda na alimentação da família”, explica Milan.
O índice Abrasmercado, cesta de 35 produtos de largo consumo analisada pela GfK em parceria com a Abras, subiu 1,52% em relação a abril. A cesta chegou ao valor de R$ 653,42, contra R$ 643,67 do mês anterior.
As maiores altas nos preços em maio foram o tomate (7,12%), biscoito cream cracker (3,58%), carne – corte dianteiro (3,20%), carne – corte traseiro (3,07%) e a farinha de trigo (3,02%).
Em alguns produtos houve redução de preço, os principais foram a cebola (11,47%), arroz (1,92%), xampu (1,20%), batata (0,86%), feijão (0,83%) e queijo muçarela (0,83%). Destaque para o tomate que, apesar da alta no mês, acumula uma queda de preços de 15,24% no ano.
Em maio, as cinco regiões do país tiveram alta nos preços da cesta Abrasmercado, sendo a maior oscilação no Sul. Com 2,10%, a cesta passou de R$ 694,99 para R$ 709,59.
O cenário de possível retomada econômica é animador para o segundo semestre de 2021. A vacinação da população geral até o fim do ano e o pagamento de alguns benefícios ajudam o olhar otimista da associação, que justifica a expectativa com a segunda parcela do 13º aos beneficiários do INSS, o auxílio emergencial prorrogado até outubro e o 2º lote da restituição do Imposto de Renda de Pessoa Físicas, que somam mais R$ 6 bilhões pagos aos contribuintes.
“E o movimento de ampliação da vacinação também vai reverter em maior e melhor funcionamento da economia, com reflexo sobre o movimento nos supermercados”, finaliza Marcio Milan.
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria