Neste sábado, é comemorado o Dia Mundial da Pizza, massa que teria surgido com os egípcios há mais de 5 mil anos, primeiros a misturar farinha com água e assar em fornos rústicos. Posteriormente, ela se tornou referência gastronômica na Itália.
A iguaria era apelidada de "pão de Abraão" e tinha o nome de “píscea”. Os fenícios acrescentavam carne e cebola ao pão, mas foram os italianos que adicionaram tomate, ervas regionais e azeite de oliva à receita, e que tornaram o alimento popular, depois da massa chegar ao porto de Nápoles.
No Brasil, devido à pandemia, os comerciantes tiveram que usar a criatividade para conseguir sobreviver.
Uma pesquisa sobre os impactos da pandemia no setor, divulgada em maio pela Associação Pizzarias Unidas do Brasil (APUBRA), quando foram entrevistados 723 empresários do setor no país, 61,3% responderam que durante o período anterior à pandemia, os estabelecimentos funcionavam com opções de atendimento em salão, delivery e take-away.
Já a porcentagem de casas, entre os entrevistados que operam apenas com serviços de retirada e delivery, era de 20%. Do total de entrevistados, 88% responderam que iniciaram o uso de aplicativos próprios para delivery ou passaram a usar novos marketplaces, tais como Rappi, iFood e UberEats.
Com relatos de 64% de queda das vendas, 2020 foi marcado pelo exponencial aumento de matérias primas, alimentos e impostos. Outro ponto apresentado na pesquisa foi a dificuldade de se obter linhas de crédito disponibilizadas - 58% não receberam qualquer tipo de auxílio do governo. A falta de assistência também pesou na decisão de 53% dos entrevistados em demitir.
Os empresários também responderam questões sobre casos de COVID-19 dentro do quadro de funcionários. Entre os entrevistados, 390 empresários responderam ter funcionários com testes positivos, sendo que destes, apenas 54% dos entrevistados relataram casos graves da doença, com necessidade de internação.
Reação rápida
Empresário da Pizzaria Auguri, situada na Rua Alabastro, em Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, Cirineu Ângelo, conta como conseguiu traçar estratégias para não fechar seu estabelecimento. "Enxerguei e lidei com isso. Quando a pandemia chegou ao Brasil, eu já companhava as consequências na Ásia e Europa, e percebi que seria algo demorado." A reação foi rápida, de forma a reduzir custos e reinventar negócios.
De imediato, cancelou contratos de trabalho e segurou o serviço delivery por algum tempo. Meses depois, reduziu seu espaço e recontratou um terço dos funcionários. Não foi muito fácil, conta o empresário, uma vez que a casa era focada em atendimento presencial. "Os clientes de delivery são muito diferentes daqueles que saem de casa em busca de comida. Precisei focar em novos clientes, para um novo produto, um novo marketing, sem perder a referência dos meus clientes tradicionais, que buscam um local decorado, com música ambiente."
A pizzaria mudou para o endereço ao lado de onde funcionava. Local menor, com capacidade de 40% do que atendia anteriormente, atendendo às regras sanitárias de distanciamento. O cardápio segue a linha italiana, com 12 pizzas gourmet com produtos importados e outras 20 pizzas clássicas, além da sobremesa.
Entre as bebidas, uma carta de vinhos, que, com a oscilação do dólar, não permite "empatar" dinheiro em estoque. São, no máximo, seis rótulos por semana entre tintos, brancos e rosê, para garantir pequena quantidade, sempre três a 4 entre tintos, brancos e rosé, mantendo bons preços.
Respondendo às demandas de clientes e às mudanças de hábitos alimentares, a Auguri também investiu na ampliação de seu cardápio de pizzas, abrindo espaço para alimentação vegana, vegetariana e saudável. "O resultado surpreendeu e nossas pizzas veganas (Inhotim, Mundo Novo, e Prosperidade) são, atualmente, as mais solicitadas, mesmo entre os clientes não veganos, que aprovaram as novidades. Para celebrar a data com nossos clientes, nós da Pizzaria Auguri vamos oferecer uma super promoção da clássica pizza napolitana Margherita, assada em forno à lenha."
Do Egito para o mundo
Segundo alguns historiadores, a data é comemorada no dia 10 de julho desde 1889, quando o rei Humberto I e a rainha Margherita provaram uma pizza pela primeira vez. A receita, elaborada pelo pizzaiolo napolitano Rafaelle Esposito, em Napole, na Itália, no séculos XIX, foi recheada com ingredientes que remetiam às cores da bandeira italiana: muçarela (branco), tomate (vermelho) e manjericão (verde), dando origem à pizza margherita.
O alimento é um dos mais consumidos em todo o planeta. O Brasil é o segundo maior consumidor de pizza, depois dos Estados Unidos. Muito querida, tem os mais variados sabores, tipos e ingredientes, se consolidando como uma campeã de vendas nos supermercados.
"O sucesso da pizza se dá pela praticidade no preparo e seu sabor inconfundível, que remete à diversão, reunião de amigos e família", afirma o consultor de varejo e nutricionista Marco Quintarelli. "Sobretudo em um cenário de pandemia, os consumidores buscam pela união, por produtos que promovam lembranças e apelem para o sentimentalismo", aponta. "Além disso, é um prato extremamente versátil, podendo ser preparado de diferentes formas, sabores e tamanhos" conclui.