O turismo em Minas Gerais registrou perda bilionária durante a pandemia. Um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que, entre março de 2020 e maio de 2021, foram R$ 31,2 bilhões de prejuízo para o estado, que ficou atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Em todo país, o rombo chegou a R$ 376,6 bilhões em 12 meses.
Nesta terça-feira (13/7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), mostrando que o volume de receitas do setor de serviços cresceu 1,2% na passagem de abril para maio de 2021 e de todos os grupos de atividades apresentadas, o turismo é o mais prejudicado.
Comparando os níveis de maio de 2021 com fevereiro de 2020, momento pré pandemia, o volume de receitas do turismo nacional está 34,7% abaixo do ideal e deve demorar a registrar ganhos nessa base comparativa.
Apesar disso, o setor começa a enxergar uma leve 'recuperação' e, pelo segundo mês consecutivo, registrou queda nas perdas. Algo que é reflexo do aumento de pessoas vacinadas no país e flexibilização das barreiras à circulação de turistas, segundo a CNC.
Desde o início da pandemia, o ramo já perdeu R$ 376,6 bilhões. Dentre os estados mais prejudicados estão: São Paulo (R$ 152,1 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 45,9 bilhões) e Minas Gerais (R$ 31,2 bilhões), esses três somam mais da metade de todo o prejuízo nacional.
O mercado de trabalho também está sendo impactado pelos números negativos do turismo. Em 12 meses, encerrados em maio, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou um saldo positivo de mais de 2,5 milhões de vagas. O turismo segue como o único conjunto de atividades a registrar retração, com saldo negativo de 64.823 ocupações (-1,9%).
Lenta recuperação
Mesmo que o cenário atual não seja animador, o futuro é mais esperançoso para os empresários, trabalhadores e viajantes. Segundo a CNC, para os próximos meses a tendência é de que todos os serviços ganhem dinamismo, por causa dos efeitos positivos da vacinação. A confederação projeta avanço de 17,8% no volume de receitas do turismo em 2021.
Para o setor de serviços, a previsão é de 5,1%. Esse valor foi ajustado com base nos dados da Pesquisa Mensal de Serviços de maio, já que anteriormente a expectativa era de 4,6%.
"O crescimento do turismo brasileiro, no pós-pandemia, depende única e exclusivamente do avanço da vacinação no país. Quando esse momento chegar, teremos que nos adaptar às tendências que surgiram nos últimos meses. A expectativa é de que, cada vez mais, o turista se envolva a lugares que proporcionem uma experiência voltada à natureza, onde haverá conforto, qualidade e segurança para poder desfrutar das belezas do nosso país sem preocupações relacionadas à infecção viral", afirmou Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação para a CNC.
Segundo o presidente da federação, a expectativa é que o turismo doméstico fique em alta nos próximos anos. "Espera-se também que o turismo doméstico tenha uma alta - tanto neste ano quanto nos próximos. Hoje em dia, contabilizamos que a chegada de turistas internacionais caiu 83% no primeiro trimestre de 2021. Esse percentual faz referência às limitações impostas por outros países em relação ao Brasil. A análise, feita pela Organização Mundial do Turismo (OMT), corrobora que estamos caminhando para o aumento das viagens nacionais".
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira