As pressões de Habitação e Alimentação levaram a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a revisar a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe) de julho de 0,70% para 0,82%, afirma o coordenador do indicador, Guilherme Moreira. A estimativa para a inflação de Habitação ao fim do mês saltou de 1,04% para 1,15% e, para Alimentação, de 0,70% para 1,01%.
O IPC-Fipe teve aceleração marginal de 0,86% para 0,87% na segunda quadrissemana de julho, o sexto avanço consecutivo. Moreira chama a atenção para a trajetória de Alimentação, que saiu de -0,02% no começo de junho para alta de 0,81% na leitura mais recente.
"Industrializados (1,54% para 1,43%) e semielaborados (1,31% para 1,69%) estão em ritmo forte e constante, acima de 1% há um bom tempo. Os in natura (-3,68% para -2,14%) estavam segurando, mas já recuperam um pouco do preço", analisa. O coordenador acrescenta que a retomada da atividade econômica pressiona o setor de serviços, e um aumento já é observado na alimentação fora do domicílio, que acelerou de 0,75% para 1,16%.
Em Habitação, o destaque fica por conta dos reajustes de tarifas, sobretudo em água/esgoto, cuja inflação se manteve em 5,14% na segunda quadrissemana. Moreira também cita o gás de botijão (1,32% para 2,22%), que acumula alta de 12,30% neste ano. "Não para de subir e tem peso muito grande, principalmente para famílias de baixa renda. É uma pancada que os preços administrados vêm causando", diz o coordenador.
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