Mesmo com a crise hídrica que leva insegurança ao setor energético de todo o Brasil, o governo federal não trabalha com a hipótese de racionamento de energia.
A informação foi repassada nesta segunda-feira (19) por Christiano Vieira da Silva, secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, durante evento online sobre crise hídrica e matriz energética brasileira organizado pela Conexão Empresarial.
A informação foi repassada nesta segunda-feira (19) por Christiano Vieira da Silva, secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, durante evento online sobre crise hídrica e matriz energética brasileira organizado pela Conexão Empresarial.
"Não trabalhamos com a hipótese de racionamento. Trabalhamos com cenário bastante conservador justamente por isso, é para ter a garantia que se a água não chegar, essa crise, essa situação de escassez hídrica permanecer, que tenhamos todas essas condições de planejar e programar uma operação para atender as necessidades do país em termos de abastecimento de energia elétrica. Não trabalhamos com a hipótese de racionamento", afirmou Christiano Vieira da Silva.
Christiano assumiu o posto de secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia em 21 de maio deste ano, em meio ao início da crise hídrica que, até hoje, preocupa o Brasil. Desde o mês em que Christiano foi nomeado, o país sofre com o baixo volume nos reservatórios das hidrelétricas.
A crise forçou também a criação de um fórum ministerial para acompanhar o caso corriqueiramente. A Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética opera desde 1º de julho e, com a participação de outras pastas, como Meio Ambiente, Economia, Desenvolvimento Regional, Agropecuária e Casa Civil, uma decisão será analisada em consenso com os demais, segundo o secretário de Energia Elétrica.
"Se houver necessidade de utilização de recursos adicionais e dessas decisões que envolvam um uso em relação ao outro, priorização de um serviço em relação ao outro, vai ser tomada neste fórum. E aí vão ter todas as avaliações do impacto, qual é a melhor decisão para o país. Esta é a nossa expectativa. A garantia do suprimento, do abastecimento, está dada", frisou Christiano Vieira da Silva, ao abordar a tomada de decisões mais impactantes.
Diversidade de fontes leva à menor dependência do clima
Os alertas emitidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e de outras autarquias do Ministério das Minas e Energia dão conta da maior crise hidrológica em 91 anos. A falta de chuvas condiciona os reservatórios a permanecerem em níveis abaixos do indicado e liga o sinal de alerta também no que diz respeito às mudanças climáticas.
O Estado de Minas questionou ao secretário de Energia Elétrica sobre o impacto ambiental na matriz energética brasileira. Christiano Vieira da Silva foi contundente e afirmou que somente uma distribuição das fontes de energia pode ajudar na independência quanto aos impactos do clima, além de projetar que o Brasil está neste processo.
"A resposta para menor dependência do clima é a maior diversificação da fonte (...) Então, estamos saindo de uma matriz de 61% da participação da fonte hidrelétrica, hoje, em 2021, e vamos passar para 2030 com indicativo de 44%, e um aumento correspondente na fonte solar e na fonte eólica. Esses dados estão constantes lá no plano decenal, e tem um volume de investimentos associados a cada uma dessas fontes", disse o secretário do Ministério de Minas e Energia.