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Estado de Minas BALANÇO

Mineração fatura quase o dobro no 1º semestre; Minas Gerais é destaque

Dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) apontam crescimento de 98%, em comparação com o mesmo período de 2020; em Minas, avanço foi de 122%


21/07/2021 15:46 - atualizado 21/07/2021 18:55

De acordo com o Ibram, a demanda por minérios continua aquecida, o que mantém os preços das commodities minerais elevados
De acordo com o Ibram, a demanda por minérios continua aquecida, o que mantém os preços das commodities minerais elevados (foto: Vale/Divulgação)
O faturamento da produção mineral no Brasil cresceu 98% no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período de 2020. Minas Gerais se destaca pelo aumento de 122%, com R$ 61,4 bilhões em 2021 contra R$ 27,6 bilhões de janeiro a junho do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (21/7) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). 
 
Os valores de tributos recolhidos pelo setor mineral também apresentaram aumento de 98%, elevação de quase o dobro do primeiro semestre de 2020, quando a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) recolheu R$ 2,1 bilhões e outros impostos somaram R$ 23,9 bilhões. Ao todo, o ano passado chegou a R$ 26 bilhões de tributos.
 
Enquanto os primeiros seis meses de 2021 já arrecadaram quase o dobro, com R$ 51,4 bilhões, sendo R$ 4,5 bi da CFEM e R$ 46,9 bi de outros impostos.
 
Segundo o Ibram, o recolhimento total da Cfem em 2020 já tinha sido um recorde, de R$ 6 bilhões, porém um novo é esperado este ano.

"A variação do 1º trimestre de 2020 com o 2º representou um crescimento de 120%. Comparado ao 2º trimestre de 2021, houve crescimento de 15%. Se o 2º semestre de 2021 seguir o mesmo período do ano passado, poderemos chegar ao fim do ano com uma expectativa de recolhimento de R$ 8 bilhões de Cfem , podendo chegar a R$ 9bi", explicou Flávio Ottoni Penido, diretor-presidente do Ibram. 
 
De acordo com a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), a Cfem é "a contrapartida financeira paga pelas empresas mineradoras à União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios". 
 
O recolhimento dessa constribuição   teve aumento de 134% em Minas, devido ao crescimento do faturamento no estado, com o retorno de algumas operações que estavam paralisadas após Brumadinho. "Isso é devido, principalmente, ao retorno de algumas operações que tinham sido paralisadas depois de Brumadinho", disse Flávio Ottoni. 
 
Minas Gerais é o estado que tem mais municípios beneficiados pelo imposto, são 482. Desses, sete estão na lista de 10 maiores cidades arrecadadoras de Cfem, sendo elas: Conceição do Mato Dentro, Itabirito, Congonhas, Mariana, Itabira, Nova Lima e São Gonçalo do Rio Abaixo. Foram R$ 1,9 bilhão levantados pelas mineradoras presentes no estado.
 

Demanda aquecida


De acordo com o Ibram, a demanda por minérios continua aquecida, o que mantém os preços das commodities minerais elevados, sendo o principal motivo da elevação do faturamento.

Entre as substâncias que mais arrecadaram nos seis primeiros meses do ano, o minério de ferro se destaca, com R$ 3,7 bilhões milhões. Em seguida, minério de ouro (R$ 208 milhões), minério de cobre (R$ 161 milhões) e a bauxita (R$ 81 milhões). 
 
Informações foram passadas pelo presidente do Conselho Diretor do Ibram, Wilson Brumer, e pelo diretor-presidente do instituto, Flávio Ottoni
Informações foram passadas pelo presidente do Conselho Diretor do Ibram, Wilson Brumer, e pelo diretor-presidente do instituto, Flávio Ottoni (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press- 12/02/2020)
De acordo com Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Ibram, de uma maneira geral, as commodities vêm sofrendo um aumento de preço, mas o minério de ferro deve manter seu preço na faixa de US$ 200 a US$ 220 até o fim do ano. 
 
O faturamento, porém, é esperado que feche no dobro registrado neste primeiro semestre (R$ 149 bilhões), podendo chegar aos R$ 300 bilhões no fim de 2021.
Em volume, a produção mineral brasileira (PMB) evoluiu 2% na comparação entre os semestres, passando de 525 milhões de toneladas para 535 milhões de toneladas. 
 
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz


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