Como resultado da falta de modelos nas concessionárias por conta das paradas de montadoras que estão sem componentes eletrônicos para levar a produção adiante, as vendas de veículos novos no Brasil recuaram 3,8% de junho para julho, somando no mês passado 175,5 mil unidades.
Divulgado nesta terça-feira, 3, pela Fenabrave, a entidade que representa as revendas de veículos, o número engloba carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. É praticamente uma repetição, com leve alta de 0,6%, do desempenho de julho de 2020, quando o mercado ainda sentia o baque da chegada da pandemia e se adaptava, com serviços digitais, para atender consumidores à distância.
Ao comentar o resultado, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, relatou que os estoques de automóveis estão em níveis "criticamente baixos". "O setor, em geral, mantém sua trajetória de recuperação, com volume total próximo ao que registramos nos últimos anos, antes da pandemia. Se a produção estivesse normalizada, principalmente para automóveis, poderíamos ter crescimento ainda maior do que o previsto para este ano", disse Alarico em nota que acompanha o balanço distribuído à imprensa.
Frente aos sete primeiros meses do ano passado - uma base fraca por pegar período de quarentenas nas quais o comércio de veículos teve que fechar as portas -, as vendas acumularam alta de 27,1%. No total, 1,25 milhão de veículos, na soma de todas as categorias, foram emplacados no País de janeiro a julho de 2021. A Fiat lidera as vendas de automóveis de passageiros e utilitários leves no ano, com 22,9% do total. Na sequência aparecem Volkswagen, com 15,7%, General Motors (11,5%) e Hyundai (9,5%).
O maior gargalo da indústria automotiva hoje é a escassez global de componentes eletrônicos, responsável por interromper a produção das montadoras, fazendo com que as concessionárias percam vendas por falta de produtos. No mês passado, a Anfavea, associação das montadoras, estimou entre 100 mil e 120 mil unidades o total de veículos que já deixaram de ser produzidos no Brasil por conta da falta de semicondutores no mundo.
Segmento mais atingido pela indisponibilidade de eletrônicos, as vendas de automóveis, como notou hoje a Fenabrave, tiveram o pior julho desde 2005. No mês passado, 123,6 mil carros foram entregues pelas concessionárias.
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