A "meia-lua" que ilumina o Centro de Belo Horizonte já tem novo dono, mas o futuro ainda é cercado de indefinição. O prédio do antigo Othon Palace Hotel, na Avenida Afonso Pena, entre as ruas da Bahia e dos Tupis, foi arrematado pela Alffa Empreendimentos Imobiliários em leilão nessa terça-feira (3/8). Os proprietários do espaço, porém, ainda não bateram o martelo sobre a destinação do imóvel. A única certeza é que eventuais intervenções arquitetônicas devem seguir as diretrizes de proteção do Conjunto Urbano da principal via da cidade.
O grupo responsável por adquirir a sede do outrora imponente hotel desembolsou R$ 32,45 milhões. Embora a destinação do prédio não tenha sido definida, a Alffa Empreendimentos crê nas vantagens trazidas pela gestão do espaço e, por isso, topou pagar o valor pedido durante a concorrência, que durou menos de 30 minutos.
"O imóvel foi arrematado em leilão judicial promovido no âmbito do processo de recuperação judicial do Grupo Othon, o que afasta o risco de sucessão e de responsabilização do adquirente pelas dívidas de qualquer natureza, tornando a operação atrativa do ponto de vista jurídico e comercial", diz, ao Estado de Minas, o advogado Jordano Fernandes, que representa os novos donos do edifício.
A Alffa tem cinco dias úteis, contados a partir da data do leilão, para pagar R$ 30 milhões. Os outros R$ 2,45 milhões poderão ser quitados em até 10 parcelas.
Há, ainda, dívida de cerca de R$ 6,6 milhões, mais acréscimos legais, com a Prefeitura de Belo Horizonte. A quantia, relativa a fatias não pagas do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), foi herdada pela arrematante. À reportagem, o representante da Alffa Empreendimentos garantiu que a empresa já iniciou estudos sobre como saldar os débitos com o poder público.
Famoso pela fachada formada por incontáveis "janelinhas", o Othon Palace compõe o Conjunto Urbano da Afonso Pena, protegido desde 1994. Seis anos depois, o local ganhou nova proteção, dessa vez por Registro Histórico Documental, ligado ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH).
Por isso, mudanças que afetem a arquitetura do edifício precisam ser precedidas pela elaboração de um ofício que deve ser encaminhado à Diretoria de Patrimônio Cultural e ao Arquivo Público da Fundação Municipal de Cultura (FMC).
"Este documento é uma forma de registrar todas as informações históricas e arquitetônicas originais da edificação a fim de preservar a memória do bem cultural. Após ser entregue, o Registro Histórico Documental fica sob a guarda do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte e disponível para a consulta pública", afirma a Prefeitura de BH, por meio de nota.
Alterações no antigo Othon Palace devem seguir as diretrizes que norteiam a proteção dos elementos do Conjunto Urbano da Afonso Pena. A norma, segundo o poder Executivo municipal, tem o objetivo de garantir a "qualidade paisagística" da avenida que faz pulsar a Região Central.
Em outubro do ano passado, o primeiro leilão do Othon terminou sem compradores. O fim do empreendimento gerou 170 demissões e trouxe prejuízos a mais de 64 áreas econômicas fomentadas pela economia.
Por muitos anos, o prédio de 25 andares e 300 quartos foi o único hotel de luxo situado em Belo Horizonte. Nos suntuosos aposentos, repousaram figuras como o ex-presidente Tancredo Neves e o astro musical Roberto Carlos.
Alguns dos cômodos do Othon chegavam a ter 44 metros quadrados, tamanho consideravelmente maior ao visto nos hotéis modernos. A estrutura antiga estava presente, também, no baixo número de garagens disponíveis.
Agora fortemente impactado pela COVID-19, o setor hoteleiro em BH teve uma expansão recente, por causa da Copa do Mundo de 2014. Do ano seguinte em diante, os prejuízos se acumularam e o número de novos hotéis cresceu, já que a cidade criou mecanismos legais para incentivar a abertura de novos espaços.
A profusão de novos hotéis prejudicou as instalações mais antigas, caso do Othon. A princípio tido como cinco estrelas, ele teve sua avaliação reduzida. E, enquanto a arrecadação minguava, os gastos continuavam altos.
Sociedade anônima fechada, a Alffa Empreendimentos Imobiliários, com sede em Belo Horizonte, foi constituída em março deste ano. O capital social informado à Receita Federal é de R$ 40.001.000,00.
A empresa, segundo os dados entregues ao governo federal, atua na compra, venda e aluguel de imóveis próprios, na incorporação de empreendimentos imobiliários e no loteamento.
O presidente da Alffa é Antônio Luciano Pereira Neto, o "Lucianinho". Ele é um dos 31 filhos de Antônio Luciano Pereira Filho, cuja fortuna é estimada em R$ 2 bilhões. Segundo a "Rádio 98 FM", "Lucianinho" não deve estar à frente do prédio do Othon. A informação foi confirmada pelo EM.
O grupo responsável por adquirir a sede do outrora imponente hotel desembolsou R$ 32,45 milhões. Embora a destinação do prédio não tenha sido definida, a Alffa Empreendimentos crê nas vantagens trazidas pela gestão do espaço e, por isso, topou pagar o valor pedido durante a concorrência, que durou menos de 30 minutos.
"O imóvel foi arrematado em leilão judicial promovido no âmbito do processo de recuperação judicial do Grupo Othon, o que afasta o risco de sucessão e de responsabilização do adquirente pelas dívidas de qualquer natureza, tornando a operação atrativa do ponto de vista jurídico e comercial", diz, ao Estado de Minas, o advogado Jordano Fernandes, que representa os novos donos do edifício.
A Alffa tem cinco dias úteis, contados a partir da data do leilão, para pagar R$ 30 milhões. Os outros R$ 2,45 milhões poderão ser quitados em até 10 parcelas.
Há, ainda, dívida de cerca de R$ 6,6 milhões, mais acréscimos legais, com a Prefeitura de Belo Horizonte. A quantia, relativa a fatias não pagas do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), foi herdada pela arrematante. À reportagem, o representante da Alffa Empreendimentos garantiu que a empresa já iniciou estudos sobre como saldar os débitos com o poder público.
Famoso pela fachada formada por incontáveis "janelinhas", o Othon Palace compõe o Conjunto Urbano da Afonso Pena, protegido desde 1994. Seis anos depois, o local ganhou nova proteção, dessa vez por Registro Histórico Documental, ligado ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH).
Por isso, mudanças que afetem a arquitetura do edifício precisam ser precedidas pela elaboração de um ofício que deve ser encaminhado à Diretoria de Patrimônio Cultural e ao Arquivo Público da Fundação Municipal de Cultura (FMC).
"Este documento é uma forma de registrar todas as informações históricas e arquitetônicas originais da edificação a fim de preservar a memória do bem cultural. Após ser entregue, o Registro Histórico Documental fica sob a guarda do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte e disponível para a consulta pública", afirma a Prefeitura de BH, por meio de nota.
Alterações no antigo Othon Palace devem seguir as diretrizes que norteiam a proteção dos elementos do Conjunto Urbano da Afonso Pena. A norma, segundo o poder Executivo municipal, tem o objetivo de garantir a "qualidade paisagística" da avenida que faz pulsar a Região Central.
O destino da verba do leilão
O Othon Palace fechou as portas em 2018, após 40 anos de funcionamento. O hotel encerrou as atividades mergulhado em dívidas que ultrapassavam a marca dos R$ 40 milhões. A verba arrecadada com a venda do prédio servirá para pagar credores e encerrar passivos trabalhistas. O grupo responsável pelo espaço está em recuperação judicial.Em outubro do ano passado, o primeiro leilão do Othon terminou sem compradores. O fim do empreendimento gerou 170 demissões e trouxe prejuízos a mais de 64 áreas econômicas fomentadas pela economia.
Othon foi hotel à moda antiga
Por muitos anos, o prédio de 25 andares e 300 quartos foi o único hotel de luxo situado em Belo Horizonte. Nos suntuosos aposentos, repousaram figuras como o ex-presidente Tancredo Neves e o astro musical Roberto Carlos.
Alguns dos cômodos do Othon chegavam a ter 44 metros quadrados, tamanho consideravelmente maior ao visto nos hotéis modernos. A estrutura antiga estava presente, também, no baixo número de garagens disponíveis.
Agora fortemente impactado pela COVID-19, o setor hoteleiro em BH teve uma expansão recente, por causa da Copa do Mundo de 2014. Do ano seguinte em diante, os prejuízos se acumularam e o número de novos hotéis cresceu, já que a cidade criou mecanismos legais para incentivar a abertura de novos espaços.
A profusão de novos hotéis prejudicou as instalações mais antigas, caso do Othon. A princípio tido como cinco estrelas, ele teve sua avaliação reduzida. E, enquanto a arrecadação minguava, os gastos continuavam altos.
Empresa arrematante foi criada neste ano
Sociedade anônima fechada, a Alffa Empreendimentos Imobiliários, com sede em Belo Horizonte, foi constituída em março deste ano. O capital social informado à Receita Federal é de R$ 40.001.000,00.
A empresa, segundo os dados entregues ao governo federal, atua na compra, venda e aluguel de imóveis próprios, na incorporação de empreendimentos imobiliários e no loteamento.
O presidente da Alffa é Antônio Luciano Pereira Neto, o "Lucianinho". Ele é um dos 31 filhos de Antônio Luciano Pereira Filho, cuja fortuna é estimada em R$ 2 bilhões. Segundo a "Rádio 98 FM", "Lucianinho" não deve estar à frente do prédio do Othon. A informação foi confirmada pelo EM.