A cesta básica em Belo Horizonte ficou 3,29% mais cara em julho, comparada com junho deste ano, quando teve queda de 1,49%. O preço médio ficou em R$ R$ 549,49 e o tomate foi o item com maior variação mensal, de 39,95%. Além disso, BH foi a capital, entre as 17 pesquisadas, em que o alimento custou mais caro no último mês.
Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Em 12 meses, a cesta básica de BH variou 18,15%. Além do tomate, os outros alimentos com maiores altas em julho foram banana (9,90%), café em pó (5,32%), manteiga (5,29%), farinha de trigo (4,66%), pão francês (1,19%) e carne bovina de primeira (0,75%).
Já os produtos com redução de preço médio em relação a junho foram: batata (-14,60%), arroz agulhinha (-2,32%), óleo de soja (-2,15%), feijão carioquinha (-1,00%), leite integral (-0,45%) e açúcar cristal (-0,35%).
Os alimentos ficaram mais caros em 15 das 17 capitais pesquisadas em julho. As maiores altas foram registradas em Fortaleza (3,92%), Campo Grande (3,89%), Aracaju (3,71%), Belo Horizonte (3,29%) e Salvador (3,27%). As capitais que tiveram queda foram João Pessoa (-0,70%) e Brasília (-0,45%).
A cesta mais cara foi a de Porto Alegre, custando em média R$ 656,92, seguida pela de Florianópolis (R$ 654,43) e pela de São Paulo (R$ 640,51).
Em Belo Horizonte, os consumidores devem destinar cerca de 109 horas e 54 minutos de trabalho para comprar a cesta básica. Assim, 54% do valor do salário mínimo é gasto nos produtos para uma pessoa adulta.
Baseado no valor da cesta básica de Porto Alegre, a mais cara do país, e em uma família com quatro pessoas (dois adultos e duas crianças), o Diesse estimou que o salário mínimo deveria ser 5,02 vezes maior que o atual, equivalente a R$ 5.518,79.
Principais variações dos produtos
O açúcar teve alta de preço em 15 capitais e as taxas oscilaram entre 1,59%, em Belém, e 8,12%, no Rio de Janeiro. Em Brasília, houve queda de -2,27%.
A oferta reduzida de açúcar, devido ao clima seco e à entressafra nas Regiões Norte e Nordeste, a elevação do valor do petróleo, que estimula a produção do etanol, e o aumento das exportações são alguns dos motivos que determinaram a alta dos preços do produto.
O quilo do café em pó subiu em 15 capitais. As maiores altas foram registradas em Vitória (10,96%), São Paulo (9,88%), Campo Grande (8,77%) e Brasília (8,14%). As reduções ocorreram em Curitiba (-3,37%) e Recife (-0,18%).
A preocupação com nova geada e em relação aos efeitos do clima na safra de 2022 resultou em alta do grão e do café no varejo.
O quilo do tomate aumentou em 15 capitais, com destaque para Belo Horizonte (39,95%), Goiânia (34,24%), Fortaleza (34,10%), Florianópolis (33,86%) e São Paulo (31,63%). A maturação do fruto atrasou por causa do clima frio, provocando queda na oferta e alta de preço.
Entre junho e julho, o litro do leite integral teve aumento em 14 capitais e o quilo da manteiga, em 12.
As maiores altas do leite foram observadas em Natal (5,71%) e Belém (5,60%). Já a manteiga teve os principais aumentos em Belo Horizonte (5,29%), Campo Grande (4,25%), Vitória (3,40%) e Natal (3,20%).
Mesmo com a demanda reduzida, os preços dos derivados do leite seguem altos devido à redução da oferta e aos altos custos de produção.
O quilo da batata teve redução de preço em oito das 10 capitais onde o alimento é pesquisado. As quedas oscilaram entre -23,61%, em Brasília, e -9,04%, em Goiânia. As altas foram registradas em Curitiba (1,11%) e Vitória (4,47%). A redução dos preços foi causada pela ampliação da oferta.
O preço do quilo do arroz recuou em 14 capitais, com destaque para Porto Alegre (-5,41%), Goiânia (-4,68%) e São Paulo (-4,20%). Apesar da maior demanda das indústrias manufatureiras e do crescimento nas exportações do grão, o preço do arroz ainda teve queda em julho.
*Estagiária sob supervisão