O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou nesta quinta-feira, 12, que os dados sobre operações de financiamento a obras no exterior tocadas por construtoras brasileiras repassados a pedido do presidente Jair Bolsonaro foram atualizados, mas são "exatamente o que a gente disponibilizou ao mercado desde o fim de 2019".
Na semana passada, o presidente Bolsonaro afirmou, em entrevista de rádio, que recebera um relatório do BNDES com todas as operações realizadas pelos governos do PT e que iria encaminhá-lo para a Controladoria-Geral da União (CGU). O presidente disse na entrevista que o montante das operações somaria R$ 30 bilhões e que "não houve nenhum controle desses empréstimos, que beneficiaram Cuba, Venezuela, entre outros".
Questionado sobre as declarações de Bolsonaro, Montezano não detalhou quais seriam as atualizações nos dados referentes a empréstimos do BNDES para obras no exterior. Segundo o executivo, em relação a essas operações, Cuba, Venezuela e Moçambique possuem "saldo devedor" somado de US$ 1,5 bilhão. Só que, no segundo semestre de 2019, poucos meses após Montezano assumir o cargo, o banco já estimava em US$ 1,5 bilhão as perdas que poderia ter com a inadimplência nos financiamentos a obras no exterior.
Dados disponíveis no site do BNDES, atualizados até junho, informam que o total em pagamentos atrasados por Cuba, Venezuela e Moçambique é de US$ 859 milhões. Além disso, os três países têm US$ 718 milhões em "saldo devedor a vencer", mas ainda não atrasado.
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