O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que instruiu o ministro da Economia, Paulo Guedes, a tentar fazer a reforma tributária possível. "Eu passei 28 anos dentro da Câmara e nunca tivemos reforma tributária. Quando chega a hora da onça beber água, pintam os lobbies da classe empresarial, dos governadores, a bancada municipalista, então dificilmente se chega em um acordo", disse em entrevista ao
Canal Rural
nesta terça-feira, 24.
Bolsonaro relatou que, caso Guedes deseje fazer nos moldes que reformas anteriores, que podem ser "a melhor do mundo", não haverá consenso e o governo voltará à estaca zero. "Espero que o Paulo Guedes, com a sua inteligência e currículo, faça a reforma possível para nós", disse.
O presidente também reforçou que o ministro da Economia trabalha para que o valor do benefício pago pelo Auxílio Brasil ultrapasse pelo menos R$ 300 por mês sem que os gastos ultrapassem o teto de gastos. Ainda que seja desejo do presidente "dar um pouco além disso", ele destacou que é preciso ter responsabilidade.
Entre as medidas de impacto econômico, Bolsonaro também defendeu o avanço da fronteira agrícola sobre a Amazônia para o plantio de cana de açúcar, a partir da qual se poderia produzir etanol. No entanto, já existe atividade naquela região voltada à produção do insumo. A multinacional Coca-Cola, por exemplo, tem plantações no local.
Também há produção do etanol a partir do milho, que se estende do Mato Grosso até a região amazônica.
Internacional
Questionado sobre planos para o Mercosul, o presidente afirmou que a Argentina é dependente do Brasil no comércio exterior e fez críticas à política econômica do país vizinho, que, segundo ele, segue o mesmo caminho tomado pela Venezuela anos atrás, quando governos de esquerda chegaram ao poder.
"Por vezes o Mercosul nos atrapalha. Em outros momentos não. Essa grande discussão deixo a cargo do Paulo Guedes. Tenho minha opinião pessoal, mas não quero polemizar. Devem estar sentindo o que acho", disse. "O Mercosul - me permita que não quero criar nenhum atrito no mercado - eu deixo a cargo de Guedes", reforçou.
Ele ressaltou a importância da Argentina para a indústria automobilística nacional, mas disse que o governo de Alberto Fernandéz tem "afundado a economia" do país.
ECONOMIA