O Banco Central publicou nesta quarta-feira, 25, um boxe do Boletim Regional sobre a desconcentração geográfica do crédito na última década. O documento destaca que há uma tendência de desconcentração dos financiamentos às pessoas físicas e microempresas. Por outro lado, a pandemia aumentou temporariamente o índice de concentração de crédito tanto para famílias como para empresas.
O documento mostra que o índice de concentração (IHH) da carteira de crédito para pessoas físicas foi decrescente por localidades ao longo da última década. Segundo o BC, o movimento pode estar relacionado com a desconcentração observada no mesmo período no emprego com carteira assinada.
"O maior crescimento do emprego nas localidades onde também houve maior aumento do crédito para as famílias corrobora essa associação. Um possível canal explicativo para essa relação direta seria o acesso mais fácil ao crédito para um trabalhador após admissão em um emprego formal", acrescenta a autoridade monetária.
Já no crédito para pessoas jurídicas, o comportamento do indicador de concentração foi diverso. Segundo o BC, em momentos de expansão da atividade econômica, os financiamentos para pessoas jurídicas ficaram menos concentrados regionalmente.
"No último ano, similarmente ao ocorrido nos financiamentos às famílias, a pandemia elevou a concentração do crédito às pessoas jurídicas. Entretanto, diferentemente do IHH para o crédito às pessoas físicas, houve retomada posterior da trajetória de queda observada desde 2018", apontou o BC.
Ainda dentro do crédito para pessoas jurídicas, o documento destaca que a curva do IHH para o crédito destinado às microempresas é decrescente ao longo do tempo, de maneira similar ao crédito para famílias.
"Essa semelhança de comportamento sugere que esses movimentos possam estar correlacionados, com o aumento do crédito às microempresas em localidade de menor porte potencialmente favorecendo a criação e manutenção de postos de trabalho e o acesso ao crédito de pessoas físicas", completa a autoridade monetária.
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