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Estado de Minas ALTA DE PREÇOS

Prévia da inflação de agosto já mostra o impacto da alta da conta de luz

IPCA-15 ficou em 0,89%, pressionado pela energia elétrica residencial; na Grande BH, índice ficou em 0,40%, com a pressão maior do vestuário


25/08/2021 17:46 - atualizado 25/08/2021 18:20

A energia elétrica continua sendo o item de maior impacto individual na inflação(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A energia elétrica continua sendo o item de maior impacto individual na inflação (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Divulgado nesta quarta-feira (25/8), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial de agosto, ficou em 0,89%, acelerando em comparação a julho, quando registrou 0,72%. Já na grande BH, o índice ficou em 0,40% contra 0,71% registrado no mês anterior. 

 

 


A energia elétrica residencial segue sendo o item de maior impacto individual na inflação. Em agosto, ela ficou 5% mais cara contra a alta de 4,79% registrada em julho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A bandeira tarifária vermelha patamar 2 vigorou nos meses de julho e agosto, mas, a partir de 1º de julho, houve reajuste de 52% no valor adicional dessa bandeira, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh. Antes, o acréscimo era de R$ 6,243. 

Além disso, o resultado foi consequência dos reajustes tarifários da energia elétrica em Belém, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

O grupo de Habitação - que inclui a energia elétrica - apresentou alta de 1,97% em agosto, após avanço de 2,14% em julho. Além da energia elétrica, contribuíram para o resultado o aumento do gás de botijão (3,79%) e do gás encanado (0,73%). No lado das quedas, ficou mais barata a taxa de água e esgoto (-0,49%), por conta da mudança na metodologia de cobrança das tarifas em Belo Horizonte (-6,40%).

Passagens aéreas


Após surpreender com forte alta em julho, as passagens aéreas ficaram 10,90% mais baratas em agosto pelo IPCA-15. As tarifas haviam subido 35,64% no mês anterior. Mesmo com a queda das passagens aéreas, a inflação do grupo de Transporte registrou leve aceleração na passagem de julho (1,07%) para agosto (1,11%). 

Dentro do grupo, o destaque foi novamente a variação dos preços dos combustíveis, que ficaram 2,02% mais caros, após alta de 0,38% em julho.

De acordo com o IBGE, o preço da gasolina avançou 2,05% em agosto e acumula alta de 39,52% nos últimos 12 meses. O etanol ficou 2,19% mais caro em agosto e o óleo diesel registrou alta de 1,37%. O gás veicular foi uma exceção, com baixa de 0,51%.

Saúde e educação


Os preços de bens e serviços de saúde e cuidados pessoais recuaram 0,29% em agosto. Dos nove grupos de preços pesquisados foi o único que apresentou queda no mês. Em julho, o grupo havia recuado 0,24%.

Segundo o IBGE, a deflação do grupo em agosto se deve aos menores preços dos itens de higiene pessoal (-0,67%), produtos farmacêuticos (-0,48%) e plano de saúde (-0,11%). 

Por outro lado, as famílias gastaram um pouco mais com educação em agosto. A inflação desse grupo acelerou de 0,12% em julho para 0,30% em agosto. Houve reajustes de 0,32% nos preços de cursos regulares - que englobam de creche a pós-graduação. Já os cursos técnicos registraram alta de 1,01%.

O IBGE tradicionalmente faz coleta de preços de educação nos meses de fevereiro, março e agosto. O instituto não detalhou o motivo da alta dos preços. Analistas estimam, porém, que as escolas podem ter conseguido recompor parte das mensalidades no mês, marcado pela volta às aulas presenciais.

Inflação em 12 meses


Puxada especialmente pelo aumento da energia elétrica, a inflação chegou a marca de dois dígitos em quatro capitais em agosto, considerados o índice de preços acumulado em 12 meses: Porto Alegre (10,37%), Goiânia (10,67%), Fortaleza (11,37%) e Curitiba (11,43%).

Com a inflação acima da média nacional em 12 meses aparecem ainda Recife (9,88%), Belém (9,85%). Belo Horizonte registrou taxa de 9,30%, a mesma da média nacional, já Rio de Janeiro (7,93%), Brasília (8,27%), Salvador (8,31%) e São Paulo (8,64%) ficaram abaixo da média.

Grupo Vestuário apresentou o maior aumento percentual em BH


Na grande BH, sete grupos apresentaram variações mensais positivas: Vestuário (1,38%), Educação (0,87%), Alimentação e Bebidas (0,62%), Transportes (0,49%), Habitação (0,47%), Despesas Pessoais (0,36%) e Artigos de Residência (0,27%). Apenas dois grupos apresentaram queda: Comunicação (-0,17%) e Saúde e Cuidados Pessoais (-0,34%).

A alta no grupo de Alimentação e Bebidas foi influenciada principalmente pelo aumento nos preços da cenoura (35,98%), do tomate (13,32%), do frango em pedaços (5,24%), do queijo (4,24%) e do café moído (3,89%).

Já no lado das quedas, destaque para o arroz (-3,32%). A alimentação fora do domicílio (0,13%) registrou aumento no lanche (1,62%) e queda na refeição (-0,57%).

Em Vestuário (1,38%), o resultado foi influenciado pelo aumento das roupas (1,99%). 

Já em Educação (0,87%), os cursos regulares tiveram um aumento de 1,34%, com destaque para creche (2,73%), ensino superior (2,38%) e curso técnico (1,97%).

No grupo de Transportes (0,49%), o destaque foi para o aumento da gasolina (1,63%). Também registraram alta automóveis usados (1,94%) e novos (1,65%). No lado das quedas, as passagens aéreas registraram -20,05%.

Em Habitação (0,47%), o destaque foi para a alta dos preços da energia elétrica
residencial (2,59%), causando o maior impacto individual no índice. O gás de botijão aumentou 3,69%. Em contrapartida, a taxa de água e esgoto caiu 6,40%, em virtude de uma revisão tarifária válida a partir de 1º de agosto.
 
*Estagiária sob supervisão  


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