O Banco Central (BC) divulgou nesta quinta-feira, 26, o Boletim Regional com dados sobre a evolução da atividade econômica em cada região do País no segundo trimestre de 2021, em comparação com o primeiro trimestre do ano. Os dados mostram que a atividade econômica no Norte avançou 2,4% de abril a junho na comparação com o período de janeiro a março. O desempenho foi seguido pela região Centro-Oeste, com alta de 1,9%, e pelo Sudeste, com crescimento de 0,7%. Na sequência, o índice do Nordeste subiu 0,5% no segundo trimestre do ano, enquanto o Sul avançou apenas 0,2%.
"O conjunto dos indicadores da atividade econômica no País registra sinais de continuidade da recuperação da economia. De forma geral, as diversas divulgações referentes ao segundo trimestre evidenciam retomada do consumo das famílias (aumento das vendas do comércio e do volume de serviços prestados às famílias), em linha com o aumento da mobilidade desde o início de abril. Por outro lado, o setor industrial registrou retração da produção, repercutindo, em parte, a falta de insumos em determinados segmentos", destacou a autoridade monetária.
Regiões
De acordo com o BC, o bom desempenho da região Norte no segundo trimestre se deve à recuperação das vendas do comércio e do volume de serviços, na medida em que os casos de covid-19 diminuem. "A região foi a primeira a sentir os impactos mais severos da pandemia, mas também foi a primeira na retomada", lembrou o documento. Além disso, o patamar elevado dos preços das commodities minerais e agrícolas impulsiona o crescimento da região Norte. Apenas o Estado do Amazonas apresentou expansão de 6,3% do trimestre.
Comércio, construção civil e "alguns serviços" alavancaram o crescimento do Centro-Oeste no período. A região também foi beneficiada pela conjuntura favorável ao agronegócio e às exportações de produtos básicos. "As cotações elevadas dos principais produtos agropecuários proporcionam boa rentabilidade e geram demanda em outras atividades, como serviços de transporte, comércio e construção", destacou o BC. Por outro lado, a quebra da safra de milho deve afetar o desempenho da região no terceiro trimestre.
No Sudeste, houve continuidade na trajetória de crescimento, com aumento das vendas no comércio e a manutenção da expansão nos serviços de informação para empresas e intermediação financeira. "Prospectivamente, espera-se sustentação do crescimento da atividade econômica no segundo semestre, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente. Entretanto, a expansão acontece de forma não homogênea, especialmente pela falta de insumos e pressões de custos em alguns setores", ressaltou o documento.
Já na região Nordeste, o desempenho dos setores de comércio, construção civil e serviços financeiros compensou as perdas registradas na indústria, afetada pela falta de insumos e por pardas programadas em alguns segmentos. "Com a ampliação da população vacinada, a atividade econômica deve ganhar ritmo no segundo semestre, em especial os serviços mais fortemente afetados pela pandemia", apontou o Banco Central.
Por fim, na região Sul, o ritmo de crescimento se reduziu após três trimestres de recuperação mais expressiva. O pequeno avanço decorreu da construção civil, do comércio e de parte dos serviços, enquanto a indústria apresentou retração, bem como a safra de grãos. "Apesar desse arrefecimento, a expectativa é de crescimento mais expressivo no segundo semestre, na medida em que ocorram alguma melhora no suprimento de insumos industriais e normalização do consumo dos segmentos mais afetados pela pandemia", concluiu o boletim do BC.
ECONOMIA