Os serviços oferecidos pelos salões de beleza em Belo Horizonte voltaram com força total com a flexibilização da economia. Pelo menos no que se refere à variação de preços. Um corte de cabelo masculino pode variar até 800%, entre R$ 20 e R$ 180, e o feminimo 600%, custando, em média, um mínimo de R$ 30, podendo chegar até R$ 210, dependendo da localização do estabelecimento. Mesma variação da reconstrução capilar, com variação entre R$ 30 e R$ 350.
O site de pesquisas de preços MercadoMineiro divulgou na manhã desta segunda-feira (30/8) o resultado de um levantamento realizado entre os dias 20 a 27 de agosto de 2021 nos estabelecimentos da capital. E as variações foram bem significativas, "muitas vezes justificáveis, em virtude da estrutura, localização e qualidade dos prestadores de serviço", explica Feliciano Abreu, administrador da plataforma.
Jair Dias Campos, de 35 anos, trabalha como cabeleireiro e barbeiro há 18 anos e diz que há forte concorrência no mercado. A barba, segundo a pesquisa, pode custar entre R$ 20 e R$ 35, variação de 75%. Mesmo admitindo o aumento dos produtos e equipamentos utilizados no salão, garante que vem mantendo os preços da mão de obra "conforme cobrado pelos concorrentes."
Mesmo assim, precisou de medidas mais drásticas, como fechar um de seus dois estabelecimentos, devido ao valor de aluguel, energia, e alta de produtos e cosméticos.
Mesmo assim, precisou de medidas mais drásticas, como fechar um de seus dois estabelecimentos, devido ao valor de aluguel, energia, e alta de produtos e cosméticos.
A localização faz muita diferença, segundo o profissional, que sempre atuou na Região Central da capital. Mesmo com a retomada das atividades, ele afirma ainda estar longe de atingir o percentual de público de antes do fechamento do comércio.Campos observa que sua clientela era formada de trabalhadores no Centro.
"Eles cortavam cabelo antes ou após o trabalho, ou durante período de almoço. Com o comércio todo fechado a demanda praticamente parou. Agora com o retorno, podemos notar a queda de movimento, uma vez que muitos ficaram desempregados, estão em casa, e preferem se dirigir ao salão mais próximo. Sobrou-nos alguns moradores na Região Central", lamenta.
"Eles cortavam cabelo antes ou após o trabalho, ou durante período de almoço. Com o comércio todo fechado a demanda praticamente parou. Agora com o retorno, podemos notar a queda de movimento, uma vez que muitos ficaram desempregados, estão em casa, e preferem se dirigir ao salão mais próximo. Sobrou-nos alguns moradores na Região Central", lamenta.
Entretanto, a manutenção dos preços mais equilibrados em relação aos cobrados antes da pandemia, é um esforço para manter a clientela, segundo garantem alguns profissionais do ramo. Cristina Pereira de Oliveira, de 42 cabeleireira e design de sobrancelhas, e Patrícia dos Santos, de 26, também cabeleireira, confirmam que o retorno às atividades foi um "tanto delicada" e muitos clientes exigem ofertas "impossíveis de serem oferecidas."
"O cabelo feminino ainda está meio fraco, maior procura está na estética, mas o que tem sustentado mesmo são os serviços de manicure", explica Cristina. A saída é ofertar pacotes: "oferecemos corte com acréscimo de hidratação, ou sobrancelhas casadas com pé e mão. Alguma depilação, pacotes pequenos que nos dão algum retorno", explica.
"De cabelo mesmo, a procura é mais pelo básico, uma escova, uma prancha. As pessoas estão sem dinheiro. Esperamos uma reação em setembro, mas também que as pessoas se conscientizem com essa nova cepa que está circulando e tomem os devidos cuidados. Estamos mantendo o preço de antes da pandemia, mesmo com aumentos de cremes, shampoo, esmaltes, mas se aumentarmos a mão de obra perdemos cliente", acrescenta a profissional.
Raquel Gonçalves Pereira Santos, de 18, musicista, trabalha atualmente em telemarketing. Ela afirma que devido à rotina de trabalho, estudo e música, frequentava pouco os salões e na pandemia e acabava por se cuidar em casa. Mas reconhece a necessidade de recorrer aos salões de beleza para um "tratamento mais apurado" e também "para nos sentirmos mais bem cuidadas, desde que tendo um estabelecimento que nos proporciona isso de forma segura, com distanciamento adequado, os cuidados sanitários respeitados. Salão costuma ter aglomeração."
A cliente diz perceber o aumento de preços e que o impacto da pandemia afetou o setor. Ela considera que os serviços prestados mantiveram um "preço médio, porque se está alto, não há cliente e muito baixo o comerciante não conseguirá se sustentar."
Rodrigo da Rosa, de 33, dono de loja de produtos e cosméticos para cabelo, trabalha com produtos nacionais e importados. São cremes e líquidos para cresimento, tratamento, processos químicos em geral. Sua carteira de ofertas gira em torno de 30 produtos e admite que alguns quase dobraram de preço. Nesses casos, os importados com a desvalorização do real. Já os nacionais, a alta chegou, segundo ele, em média a 15%.
As variaçãos nos preços dos serviços de beleza em salões de BH
Além das variações de 800% no corte masculino e 600% no feminino e reconstrução capilar, a pesquisa do Mercado Mineiro apurou que a hidratação está custando de R$35 a R$ 180, com uma variação de 414%.
Uma escova progressiva pode variar até 250%, entre R$ 100 e R$ 350. Já tingir as madeixas pode também pesar no bolso, entre R$ 50 e R$ 220 com uma variação de 340%. Manicure e pedicure pode varia entre R$ 30 e R$ 70, variação de 133%. A depilação completa custando de R$ 100até R$180, uma diferença de 80%.
A plataforma levantou também a variação de preços comparativos nos meses de agostos de 2020 e 21, constatando as dificuldades do setor que ficou completamente paralisado por um longo período. O preço médio do corte feminino subiu de R$ 69,11 para R$ 83,21 (20.41%). A escova subiu de R$ 34,67 para R$39,57, um aumento de 14%. O preço médio da hidratação teve alta de R$ 63,06 para R$ 76,85, (21.87%).
O serviço de manicure e pedicure de R$ 37,26 para R$ 41,48(11%). Já o corte masculino apresentou variação média entre R$ 41,28 e R$48.06 (16.44%). E aparar ou raspar a barba, o cidadão desembolsa entre R$ 22,50 e R$ 25,77, um aumento de 14,53%.