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Endividamento das famílias de BH é o maior em dois anos

Pesquisa mensal da Fecomércio-MG mostra que 84,8% da população está endividada e metade não poderá quitar as contas atrasadas no próximo mês


30/08/2021 15:19 - atualizado 30/08/2021 16:08

Orçamento está apertado para os consumidores da capital mineira
Orçamento está apertado para os consumidores da capital mineira (foto: Pixabay/ Reprodução)
O endividamento das famílias de Belo Horizonte atingiu o maior patamar dos últimos dois anos, alcançando 84,8% da população, segundo os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), nesta segunda-feira (30/8). 
 
 
De acordo com a Fecomércio-MG, 84,8% dos consumidores de BH estavam endividados em agosto, valor 2,7 pontos percentuais (p.p.) superior ao observado na última avaliação (82,1%). O percentual de consumidores com contas em atraso também aumentou, chegando a 36,3%. 
 
Entre as dívidas citadas pelos entrevistados, o cartão de crédito permanece sendo o principal vilão, com 83,5% dos consumidores comprometidos. Segundo a Federação, atualmente o cartão é utilizado para pagar contas e realizar compras do mês. 
 
"É importante que as pessoas tenham atenção e se planejem para não perder o controle de seu orçamento, uma vez que o cartão possui um dos maiores juros praticados no mercado (em média, 250,22% ao ano, no crédito rotativo)", alerta a Fecomércio.
 
Além do crédito, outras modalidades de pagamento seguem endividando os consumidores, com tendência de aumento do mês de julho para agosto. Veja:
  • Carnês (de 17,5% para 19,1%); 
  • Financiamento de carro (de 7,6% para 8,8%); 
  • Crédito pessoal (de 6,9% para 7,3%); 
  • Cheque especial (de 6,7% para 7,8%); 
  • Crédito consignado (de 4,8% para 5,6%) 
  • Cheque pré-datado (de 1,3% para 1,6%). 
Apenas o financiamento de imóveis registrou queda de 6,6% para 5,8%.

Contas em atraso

Entre as famílias da capital, 36,3% têm algum compromisso financeiro em atraso. De acordo com a Peic, o índice é ainda maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários mínimos (45,5%).
 
Apesar da situação, não há muita esperança de quando poderão quitar as dívidas. Entre os entrevistados, 49,3% afirmaram que não terão condições de pagar os compromissos em atraso no próximo mês. 
 
Outros 29,4% poderão quitar apenas algumas contas, enquanto 19,2% terão condições para pagar totalmente suas contas. Apenas 2,1% não souberam responder.
Em relação ao tempo de atraso das contas, 52% dos entrevistados afirmaram que estão há mais 90 dias pendentes. A pesquisa também mostra que as dívidas estão atrasadas, em média, há 65,4 dias.
 
*Estagiária sob supervisão


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