O secretário especial do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, descartou a possibilidade de crédito extraordinário para 2022 e, consequentemente, de pagamento de auxílio emergencial. A afirmativa foi realizada durante coletiva de imprensa sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), apresentado pelo governo federal, nesta terça-feira (31/8).
"O auxílio emergencial não é uma escolha política. É mais uma necessidade que vem do crédito extraordinário, dada a imprevisibilidade", explicou.
O crédito extraordinário é destinado ao atendimento de despesas urgentes e imprevisíveis, como em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública. De acordo com Funchal, com a redução na gravidade do quadro da pandemia, e a consequente retomada econômica, o crédito perde o "sentido".
"Com a redução da curva de contágio e de morte, e com a economia voltando à normalidade, não faz sentido falar nesse momento em auxilio emergencial, em crédito extraordinário", disse Funchal. "Se houver alguma nova cepa, uma nova imprevisibilidade, aí pode se pensar nisso, mas não é o esperado", completou
Nesta terça, a Caixa Econômica Federal concluiu o pagamento da quinta parcela do auxílio emergencial, restando mais duas, que serão pagas até outubro. Segundo fontes do governo, o presidente Jair Bolsonaro tem sido aconselhado por assessores para prorrogar o benefício em mais uma rodada, que seria paga com o saldo restante do crédito extraordinário, fora do teto de gastos. Ainda segundo as fontes, o Ministério da Economia é contra, uma vez que, como citado por Funchal, não há mais fundamentos para uma nova prorrogação. Atualmente, 45 milhões de famílias recebem o benefício, com média mensal de R$ 250, segundo o Ministério da Cidadania.