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Estado de Minas

Pandemia: um em cada 10 pequenos negócios fechou em menos de 5 meses em MG

Cerca de 9,5% dos pequenos negócios abertos não obtiveram sucesso; 89% do total de baixas é de microempreendedores individuais


02/09/2021 16:07 - atualizado 02/09/2021 17:52

Com a pandemia, um em cada 10 pequenos negócios fecharam as portas
Com a pandemia, um em cada 10 pequenos negócios fecharam as portas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Em Minas Gerais, microempreendedores individuais (MEIs) foram os mais afetados pela crise econômica impulsionada pela pandemia da COVID-19. Levantamento realizado pelo Sebrae Minas, com base em dados da Receita Federal,  apontou que um em cada 10 pequenos negócios abertos no estado (9,5%), no período da pandemia, fecharam as portas antes de completar cinco meses. 

A balança, no entanto, segue positiva. O estudo evidencia que para cada pequeno negócio encerrado no estado, outros 2,9 foram abertos. No total, foram criadas cerca de 477 mil empresas do segmento, contra aproximadamente 164 mil encerradas, considerando microempreendedores individuais (MEI), microempresa (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). 

Quanto aos MEIs formalizados, a partir de abril de 2020 e que encerraram até junho de 2021, o segmento responde por 89% do total de baixas. 

Felipe Brandão, gerente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, explica que o cenário “sugere o aumento do empreendedorismo por necessidade, sem planejamento, e com caráter temporário”. 

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte 


O crescimento das taxas de encerramento de atividades, ou taxa de mortalidade empresarial, também foram sentidas entre as microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP). 

De acordo com o Sebrae, no período da pandemia, 5,4% das ME fecharam as portas, enquanto 3,3% das EPP não permaneceram abertas. “Embora menores, essas taxas também pedem atenção, ainda mais considerando o curto tempo em que essas empresas se mantiveram ativas, pouco mais de quatro meses”, reforça o gerente.

Microempreendedores individuais mineiros foram os que mais sentiram os impactos da crise econômica na pandemia
Microempreendedores individuais mineiros foram os que mais sentiram os impactos da crise econômica na pandemia
A sobrevivência das micro e pequenas empresas está atrelada a outros fatores, além do ambiente de negócios. A manutenção da empresa envolve muito mais que o nível de atividade econômica, carga tributária, acesso a crédito ou burocracia. É o que explica Felipe Brandão. 

“A falta de preparo do empreendedor, de planejamento, orientação e conhecimento sobre o mercado e o negócio, tudo isso somado à urgência em empreender, leva ao encerramento precoce de empresas, trazendo diversos custos ao desenvolvimento econômico”, pontua. 

Classifica-se como ME aquelas empresas com faturamento de até R$ 360 mil por ano; e como EPP, aquelas com  limite de faturamento de até R$ 4,8 milhões por ano. 

Alta na taxa de mortalidade dos pequenos negócios 

No primeiro semestre de 2021, a taxa de mortalidade de pequenos negócios aumentou cerca de 20% em relação ao mesmo período de 2020. À época, quase 63 mil empreendimentos foram encerrados em Minas Gerais. Já nos primeiros seis meses deste ano, o número subiu para, aproximadamente, 76 mil negócios fechados. 

Para o gerente do Sebrae Minas, o fator indica uniformidade no impacto da crise. “Quando observamos o porte dos empreendimentos, 66% são MEI e os 37% restantes são micro ou pequenas empresas, uma distribuição bastante semelhante à proporção desses segmentos no universo de empresas”, explica. 

Rotatividade entre os MEI 


Os índices de rotatividade entre os microempreendedores individuais também subiu em decorrência da pandemia. O levantamento mostra que para cada negócio mineiro encerrado, 2,9 foram abertos. 

Os MEI lideram neste índice. Para cada atividade encerrada no segmento, outras 3,6 abriram as portas. Por outro lado, as EPP e ME representam os menores números, com 2,4 e 1,5 respectivamente.

Segundo Felipe Brandão, os números são resultados da burocracia exigida. “A menor burocracia favorece a criação de novos MEI, já que as empresas de pequeno porte e as microempresas exigem uma estruturação de capital e maior planejamento”, analisa. 
 
*Estagiária sob supervisão 


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