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Estado de Minas PECUÁRIA

Confirmado caso de vaca louca em frigorífico de Belo Horizonte

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) foi notificada e as exportações foram suspensas


04/09/2021 12:34 - atualizado 04/09/2021 15:59

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(foto: Luiz Ribeiro/EM/D. A Press)
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou neste sábado (4/9) o caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB),  conhecida como “mal da vaca louca” , em um frigorífico de Belo Horizonte. Segundo a pasta, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) foi notificada e as exportações de carne bovina foram suspensas.
 

A suspeita veio à tona na quarta-feira (1°/9) pelo portal  Uol, mas o caso teria acontecido em junho e o animal já foi sacrificado. Segundo o sócio-diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres, seria um caso atípico, em um animal com mais de 10 anos. Ele relatou que a suspeita foi informada aos frigoríficos que atuam na região pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). 

Além do caso de BH, foi confirmado um outro em Nova Canaã do Norte (MT) e, segundo o ministério, ambos foram detectados durante a inspeção ante-mortem. O Mapa informou que, por questões de sigilo comercial, não informa o nome dos frigoríficos.

Esses dois casos são o quarto e quinto de EEB atípicos registrados em mais de 23 anos de vigilância para a doença. A doença é considerada atípica quando é originada dentro do próprio organismo do bovino, normalmente em animais com idade mais avançada. Segundo a secretaria, o Brasil nunca registrou a ocorrência de casos de EEB clássica.
 
O comércio internacional de boi gordo na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, chegou a ser paralisado. O preço da arroba despencou 4%, chegando ao patamar de R$ 297,65/arroba. 

Suspensão

No caso da China, em cumprimento ao protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, ficam suspensas temporariamente as exportações de carne bovina. De acordo com a pasta, a medida, que passa a valer a partir deste sábado (4), se dará até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas sobre os casos.

A pasta esclarece que a OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. "Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos", diz a nota.

Confira a nota do Ministério da Agricultura na íntegra:

"A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirma a ocorrência de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) - conhecida como o “mal da vaca louca” - em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG).

Estes são o quarto e quinto casos de EEB atípica registrados em mais de 23 anos de vigilância para a doença. O Brasil nunca registrou a ocorrência de caso de EEB clássica.

A EEB atípica ocorre de maneira espontânea e esporádica e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. Todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá. Portanto, não há risco para a saúde humana e animal. 
Os dois casos de EEB atípica - um em cada estabelecimento - foram detectados durante a inspeção ante-mortem. Trata-se de vacas de descarte que apresentavam idade avançada e que estavam em decúbito nos currais. 

Após a confirmação, na data de 3/9/2021 em Alberta, o Brasil notificou oficialmente à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), conforme preveem as normas internacionais. No caso da China, em cumprimento ao protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, ficam suspensas temporariamente as exportações de carne bovina. A medida, que passa a valer a partir deste sábado (4), se dará até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas sobre os casos. 

O Mapa esclarece que a OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos."

O que é o mal da vaca louca?

A encefalopatia espongiforme bovina (EEB) é uma variante da doença de Creutzfeldt-Jakob e foi detectada inicialmente nos anos 1980, no Reino Unido, quando ganhou o apelido de vaca louca, dado pela imprensa britânica

A origem do mal da vaca louca  ocorreu uma década antes. Nos anos 1970, era comum que fábricas britânicas de ração animal incluíssem na composição do produto gordura de ovelha.

Na década seguinte, cientistas identificaram que o gado alimentado com esse tipo de ração com proteína animal apresentava uma doença degenerativa grave, semelhante à demência em humanos, devido aos surgimento de príons (proteínas anormais) no cérebro.

Sintomas da vaca louca em bovinos

  • Espasmos musculares
  • Agressividade
  • Isolamento do rebanho
  • Perda de equilíbrio

Transmissão da vaca louca para humanos

A EEB ou vaca louca foi transmitida para humanos por meio do consumo de carne bovina infectada e teve seu auge de casos e mortes nos primeiros anos da década de 1990. No Brasil, a vaca louca teve surtos no fim dos anos 90. O  último caso de vaca louca no país foi confirmado pelo Ministério da Agricultura em maio de 2019 , em rebanho no Mato Grosso.

Sintomas da vaca louca em humanos

  • Dificuldade de falar e raciocínio
  • Perda de memória
  • Espasmos musculares
  • Dificuldade de andar
  • Falta de coordenação
  • Visão embaçada

Doação de sangue x vaca louca

Em 2016, uma portaria do Ministério da Saúde detalhou 59 critérios para a inaptidão definitiva à doação de sangue para a encefalopatia espongiforme humana (EEB) e suas variantes. Segundo o documento o candidato a doar sangue que tenha tido diagnóstico da popularmente conhecida doença da vaca louca ou qualquer outra forma da doença, além de história familiar da doença, está proibido de doar sangue.

O protocolo é rigoroso também para quem morou no continente europeu. Ninguém que tenha permanecido no Reino Unido ou na Irlanda por mais de três meses entre 1980 e dezembro de 1996 ou tenha morado cinco anos ou mais, consecutivos ou intermitentes, na Europa depois de 1980 até os dias atuais não pode doar sangue.


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